Qualquer cidadão com uma boa quantia de dinheiro poderá registrar, em 2009, domínios na internet diferentes dos disponíveis hoje. Isso abre a porta para endereços como andre.popstar, analuisa.fofolete ou daniel.mano, sem os normais sufixos, como .com e .org.
Essa é a parte mais relevante de uma decisão tomada, quarta-feira 25 de junho, pela Icann, a agência que regula os endereços na internet. Mas ter uma quantia razoável de recursos é fundamental. Em primeiro lugar, o interessado precisa registrar o domínio desejado, também chamado pela sigla TLD (top level domain). O pedido depois passa por um processo de revisão, para que a organização se certifique de que o endereço não é ofensivo e não infringe a propriedade intelectual alheia. Conseguida a aprovação, o consumidor ou empresa interessados desembolsam de 100 mil a 500 mil dólares. Além disso, precisam provar à Icann que são capazes de gerenciar o TLD ou fizeram acordo com uma companhia para realizar tal tarefa.
Segundo o site especializado Ars Technica, a Icann também discutiu outros pontos contenciosos, como os domínios que venham a representar pontos geográficos. O sufixo .paris poderá ser utilizado só pela capital francesa ou também vale para Paris, no Texas? E se o sufixo .latino for registrado, isso se limita somente aos países da América Latina ou aos países que compartilham dessa cultura?
Por fim, fica a confusão que deve brotar na cabeça dos usuários. Segundo o especialista entrevistado pelo Ars Technica, Steve Delbianco, um consumidor interessado em hospedagens em Berlim talvez não saberia se deveria procurar por sites .berlin, .travel ou simplesmente .com. O que parecia ser uma decisão interessante pode se revelar um desastre.
Fonte: Carta Capital