Um assunto entra na moda, é explorado até a exaustão com sensacionalismo, as redes sociais multiplicam o fato ao infinito, as pessoas emitem todo tipo de opinião sem nenhum conhecimento do assunto, e de repente, o silêncio se faz.
Entrou um novo fato no gosto das pessoas, e o ciclo recomeça.
Dessa vez é real: as estatísticas oficiais mostram que o suicídio entre jovens entre os 14 e os 19 anos cresceu cerca de 40% nos últimos 15 anos.
Isso é chocante ou, pelo menos, tem que ser!
Como compreender que essas quase crianças, esses “recém nascidos” seres humanos, esperança dos seus pais e dos seu países para um mundo melhor, nem bem sentiram-lhe o gosto e já dele se despedem?
A primeira causa que todos aventam é a vida moderna. Dura, estressante, competitiva, alucinante nas suas exigências, materialista, egocentrada, como se sentir confortável?
Depois, os pais têm a sua vez: ausentes, exaustos, sem família de apoio, lutando arduamente pela sobrevivência, tendo que achar caminhos pra si mesmos e pros filhos em meio ao caos, quem pode culpa-los?
Tantas razões existem… tantas são cochichadas em meio ás tragédias que se sucedem…
Mas não ouço nem leio nenhuma menção à necessidade mais poderosa do ser humano, que é a de encontrar o sentido da vida, ser citada como a nossa grande decepção moderna.
Porque cruel o mundo sempre foi. Basta acompanhar a história: guerras, fome, miséria, injustiça, perseguição, esse sempre foi o cardápio que o homem oferece ao seu semelhante, antes e hoje.
O que foi varrido pra longe pela ilusão de poder que a tecnologia inaugurou, foi a convicção de que um PODER MAIOR cuida de nós e da nossa fragilidade. Seja Ele Deus ou qualquer outro nome que lhe dêem.
A Espiritualidade nos faz falta, e aos jovens principalmente. Sem sentido e sem objetivo maiores,que valor tem a vida?
Graça Mota Figueiredo