Para confirmar que todos merecem estar junto de Deus e também para aumentar a nossa fé, sempre vale a pena saber um pouco mais da vida exemplar de cada santo. Portanto, eis alguns maravilhosos detalhes destes últimos citados:
São Geraldo nasceu em Veneza e foi filho de Santo Estêvão, rei da Hungria. Em seu bispado, dedicou-se intensamente à renovação litúrgica, procurando tornar os cultos mais festivos e agradáveis. Um de seus surpreendentes dons era a profecia e, além de realizá-la como ninguém, também era dotado de vertiginosa coragem. Contam que, ao chegar na Igreja de Chonal para ser coroado, o rei Avon foi recebido aos gritos por São Geraldo, bradando:
“A Quaresma foi instituída para conceder perdão aos pecadores e recompensa aos justos. Tu a profanaste com assassinatos e, privando-me de meus filhos, privaste-me do nome de pai; é por isso que hoje não mereces perdão. Como estou disposto a morrer por Jesus Cristo, dir-te-ei o que vai acontecer-te: no terceiro ano de teu reinado, a espada vingadora se levantará contra ti e perderás, com a vida, o reino que obtiveste pela fraude e pela violência.”
Em 1047, estourou a perseguição ao cristianismo e as palavras do santo se confirmaram. Entre tantos bispos e cristãos mortos, estava também São Geraldo.
Já o mérito maior dos irmãos Cosme e Damião – padroeiros dos médicos e farmacêuticos – se resumia em curar todas as doenças e fazer caridade, sem receber nada em troca. Conta-se que uma vez, entretanto, contrariando a regra de conduta, Damião aceitou a remuneração de uma mulher por ele curada, de nome Paládia. O fato provocou uma severa bronca de Cosme, que disse não querer ser enterrado ao lado do irmão.
Diz a história que, quando foram sepultá-los separados, um camelo começou a bradar em voz humana, pedindo que enterrassem os dois irmãos juntos, uma vez que Damião havia recebido a oferta apenas para não humilhar a pobre mulher que curou.
Embora não se saiba ao certo, é provável que São Cosme e São Damião tenham sido martirizados no final do século IV, durante a perseguição aos cristãos pelo imperador Diocleciano.
E São Vicente de Paulo! Bem, este santo é venerado no mundo inteiro por suas boas ações em favor dos pobres. Nascido na França em 24 de abril de 1581, aos 19 anos abraçou o sacerdócio. Dedicou grande parte de seu tempo ao alívio material e espiritual dos remadores condenados – nas embarcações chamadas ‘galés’. Por isso, hoje é também considerado padroeiro dos prisioneiros.
O padre Vicente fundou quatro instituições de caridade e, em sua homenagem, Antônio Frederico Ozanam iniciou a Sociedade de São Vicente de Paulo, que hoje congrega quase um milhão de membros em 135 países!
São Vicente morreu em Paris no dia 27 de setembro, aos 79 anos de idade, e foi canonizado em 1737 – apenas 77 anos após o sepultamento. Entre suas inúmeras mensagens, esta ele sempre dizia aos sacerdotes: “Meus irmãos, amemos a Deus, mas amemo-Lo às nossas custas: com a fadiga de nossos braços e com o suor do nosso rosto.”
Os arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael aparecem na Sagrada Escritura com missões muito importantes para a história da humanidade. São Gabriel – que significa ‘Deus é Forte’ – é o anjo da Encarnação do Filho de Deus e também aquele que anunciou à Isabel a chegada de João Batista.
São Rafael – ‘Deus Cura’ – teve como função acompanhar o jovem Tobias, por isso é considerado o guia dos navegantes; e São Miguel – ‘Como Deus’ – é o padroeiro da Igreja Católica Universal, além de protetor dos comerciantes, juízes, paraquedistas etc. A trajetória dos cristãos com a Santa Providência sempre incluiu a devoção aos três poderosos arcanjos.
Não é gratificante sabermos os fatos que marcaram os bem-aventurados de Deus? Concluindo, eu sempre lembro destas palavras de Santo Agostinho: “Quando quer não pode; quando pode não quer. E assim, por um mal querer, perde-se um bom poder.” Certamente, esse grande doutor da Igreja falou isso pensando naqueles que perdem boas oportunidades de ajudar as obras de Deus ou recusam se aprofundar na fé.
Eis o diálogo entre dois oportunistas no inferno:
– Estou aqui porque nunca dei ouvidos a ninguém – disse o primeiro.
– Gozado! – respondeu, chorando, o outro – Estou aqui porque sempre ouvi todo mundo!
Pois é, na Bíblia, Jesus nos ensina a viver como santos; pena que muitos não Lhe deem a menor atenção.
Prof. Dr. Paulo Roberto Labegalini é engenheiro graduado pela Faculdade de Engenharia Civil de Itajubá, especializado em Matemática Superior pela Faculdade de Filosofia e Letras de Itajubá, mestre em Ciências pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá e doutor em Qualidade pela Escola Politécnica da USP.
É autor de 7 livros e mais de 100 artigos publicados nas áreas de gerência geral, qualidade e educação; professor do Instituto Federal Sul de Minas em Pouso Alegre; e vicentino na Comunidade Nossa Senhora do Sagrado Coração em Itajubá. Confira sua coluna “Mensagens para o Coração“.