Olá pessoal!
Depois de um período de folga, estamos de volta com o nosso Painel de Educação Financeira.
No nosso último painel de Educação Financeira, falamos sobre a queda na Taxa Selic. Desde então, os principais meios de comunicação passaram a noticiar algumas melhoras em diversos indicadores econômicos. Atento ao que está acontecendo, o Sr. José Antônio nos enviou a seguinte pergunta:
“Pessoal do DENARIUS, considerando a queda na SELIC, diminuição do desemprego e aumento da atividade econômica. Podemos afirmar que superamos a crise? ”
Sr. José Antônio, a sua pergunta faz muito sentido e é extremamente pertinente. Isso porque quando entendemos o que está acontecendo com a economia nacional, temos mais elementos para planejar a nossa vida financeira familiar e pessoal.
Como já comentamos várias vezes aqui no nosso painel, hoje as economias dos países são interligadas, resultado da globalização. Assim, antes de falarmos sobre nossos indicadores, precisamos entender o que está acontecendo no mundo.
De acordo com os economistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a inflação na economia global apresenta quadro de queda, apenas de ser elevada. Por esse motivo, as taxas básicas de juros estão em elevação, mas com o ciclo de alta aparentemente perto do fim. Associado a essa situação, há um suave desaquecimento no nível de atividade econômica, mas com manutenção de baixas taxas de desemprego. O maior fator de incerteza é a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Outro ponto que merece destaque é o nível de atividade na China, cujos indicadores recentes têm se mostrado abaixo do esperado. Ou seja, mesmo essa não sendo a melhor situação, os economistas têm se mostrado otimistas com a resiliência da atividade econômica nos principais blocos econômicos. Mesmo porque cada região ou país tem suas peculiaridades.
Esse cenário internacional tem influenciado diretamente a economia brasileira. Com menor atividade econômica global, o preço das commodities se mantiveram estáveis e, em alguns casos, até diminuíram. Resultando, portanto, na diminuição da inflação oficial, o IPCA.
Esse movimento de menor inflação contribuirá para que o Comitê de Política Monetária (Copom) continue com o processo de redução da taxa básica de juros, a SELIC. Apesar da sinalização positiva da queda dos juros, os consumidores sentirão os efeitos positivos dessa mudança somente mais à frente, ou seja, não de forma imediata.
Outro notícia interessante do último dia de agosto, foi que a taxa de desemprego caiu para 7,9% em julho de 2023, atingindo a menor taxa para o período, desde 2014. Apesar da boa notícia, o país ainda tem 8,5 milhões de desempregados, fora os desalentados, que não entraram na pesquisa. Em contraponto, o número de pessoas ocupadas voltou a crescer, chegando a 99,3 milhões de pessoas. E, segundo projeções, o salário médio do brasileiro deve crescer até o fim de 2023.
Portanto Sr. José Antônio, infelizmente não podemos, ainda, afirmar que superamos a crise. Mesmo porque ainda temos um forte cenário de incerteza, tanto interno quanto externo. Entretanto, podemos afirmar que, se os indicadores continuarem evoluindo desta forma, teremos perspectivas de melhoras no médio prazo. Infelizmente, ou felizmente, não sabemos, a economia não é uma ciência exata. Mesmo porque ela depende do comportamento das pessoas.
Esperamos que tenha gostado do nosso painel de hoje.
Abraço e até o próximo!
Por Prof. Dr. André Luiz Medeiros e Prof. Dr. Moisés Diniz Vassallo