SÃO PAULO (Reuters) – A Oi sentiu, no balanço do segundo trimestre do ano, o efeito do avanço das operadoras de telefonia móvel em promoções para atrair o seu tráfego de telefonia fixa.
A companhia foi questionada por analistas nesta sexta-feira sobre a queda, mais acentuada que em outros trimestres, do número de assinantes de telefonia fixa e também sobre a decisão de acompanhar o movimento das rivais, o que provoca uma certa canibalização de seu próprio tráfego.
José Luis Salazar, diretor de finanças e de relações, admitiu que “existe efetivamente uma canibalização mais acelerada” porque, diante do avanço da concorrência, a companhia “tinha duas decisões a tomar: não fazer nada e deixar o tráfego ir para as outras ou reagir e ter a nossa própria promoção de tráfego”.
A companhia ficou com a segunda alternativa e lançou o Oi Ligadores, que garante bônus de minutos gratuitos para que o usuário fale de telefone fixo para telefone fixo.
O número de linhas fixas em serviço da Oi era de 13,88 milhões ao final de junho, com queda de 3,2 por cento sobre igual período de 2007.
A receita de serviço na telefonia local caiu ainda mais (8,1 por cento) no trimestre sobre o mesmo intervalo do ano anterior, já que o tráfego também caiu, além do número de assinantes.
Salazar explicou que as quedas foram provocadas pelas rivais de telefonia móvel.
“As operadoras móveis começaram a ser mais agressivas no pré-pago e reduziram preço por minuto, o que fez com que ele se torne, em termos de custo para o consumidor, tão competitivo quanto o telefone fixo”, disse Salazar.
Segundo ele, a Oi “está tomando várias ações para tornar o telefone fixo atrativo”. De qualquer forma, ainda que a tendência de queda seja suavizada, ele informou a expectativa de que a Oi encerre o ano com uma redução “de 400 mil a 500 mil linhas fixas em relação a dezembro de 2007”.
Salazar ainda ressaltou que “a nossa região é um pouco mais competitiva que as outras”, já que em São Paulo, por exemplo, só atuam três operadoras, enquanto no restante da região Sudeste e no Nordeste, onde a Oi atua, são quatro (TIM, Vivo, Oi e Claro).
Fonte: Reuters