Idealizado no fim do ano passado, o projeto Jovens Talentos, conduzido pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei), campus de Itabira, e o Rotary Club Cauê – Itabira, propõe aos estudantes do 2º e 3º anos o desenvolvimento de uma ideia empreendedora, projetando todos os seus detalhes, como objetivo, público-alvo e tipo de material a ser usado. A iniciativa é parte de um projeto realizado pelo Rotary, que oferece ainda serviços de assistência odontológica na escola e ações de construção civil na comunidade.
Não é uma cena muito comum entrar em uma sala de aula de ensino médio e se deparar com discussões sobre robôs e tênis mecânicos. Mas é exatamente o que está acontecendo na Escola Estadual da Fazenda da Bethânia, no bairro Pedreira, de Itabira.
A professora da Unifei, Lilian Campos, se dirige à Pedreira semanalmente para instruir os jovens empreendedores. Ela admite que algumas das ideias propostas são de difícil execução, mas ressalta a importância de não deixá-las “morrer”: “Um grupo pensou em um robô que auxilia cegos na escrita. Alguns podem achar que é algo impossível de se fazer, mas eu conheço pessoas que usam esse tipo de dispositivo, há tecnologia disponível”, disse a docente.
A professora ainda falou sobre o propósito da atividade para os alunos “O nosso objetivo é fazê-los acreditar que é possível inovar, sem permitir que o projeto morra ou vá se diluindo até se tornar o mais simples possível”, explicou Lilian.
E já é perceptível o impacto do projeto Jovens Talentos em seus participantes. A estudante Thais Giovana, por exemplo, confessou que o projeto já influenciou suas pretensões profissionais e a inspirou a mudar, pelo menos, a sua comunidade. “Inicialmente, eu pretendia fazer Medicina ou Direito, mas, depois desse projeto, eu percebi que tenho capacidade de empreender, trabalhando para mim mesma e melhorando a vida dos itabiranos o máximo possível”, relatou Thais.
A aluna falou ainda sobre como ela pode influenciar as pessoas da sua comunidade: “Sei que não tenho um milhão de pessoas para me ajudar, mas a partir do momento que eu tomo a iniciativa de melhorar minha comunidade, minha escola, aqueles que estão ao meu redor se conscientizam e se dispõem a contribuir comigo”.
Thais também destacou que a iniciativa pode ajudar a mudar a imagem que muitas pessoas têm da Pedreira, bairro onde ela mora: “Nós da Pedreira sofremos muito preconceito e somos marginalizados. Esse projeto mostra que aqui existem coisas legais, pessoas inteligentes e criativas que querem melhorar a sociedade de alguma forma”, finalizou a discente.
Fonte: Secom Unifei