Porém, perto dali, existia um território fértil, com muitas frutas, hortaliças e sem habitação de humanos. O único problema àqueles que passavam fome era um profundo abismo entre os dois lugares. Por diversos anos tentaram algum caminho alternativo para chegar à terra fértil, mas o grande abismo geográfico os impedia de alcançar os alimentos. Então, após muita reflexão, resolveram construir uma ponte.
O desafio era grande e sabiam que precisariam se unir para atingir o objetivo, por isso, trabalharam dia e noite até concluírem a obra. Demoraram mais do que o previsto; foram anos e anos montando a estrutura super-reforçada – dimensionada para resistir qualquer tipo de carga. Construíram-na para toda a vida.
No dia da inauguração, a população que passava fome atravessou a ponte e foi para a colheita. Encheram centenas de sacos, cestos, e voltaram felizes para casa. Nas semanas seguintes, fizeram o mesmo até que, com o tempo, as plantações e os frutos acabaram.
Dias após, vários animais que viviam do outro lado do abismo começaram a atravessar a ponte, invadindo casas à procura de comida. Eram cobras, lagartos, macacos, sapos e muitos outros bichos que assustavam a população. A situação ficou tão fora de controle que, com dor no coração, resolveram derrubar a ponte. Mesmo sem querer, tornaram a respeitar o equilíbrio da fauna e da flora que haviam alterado; e voltaram a passar fome.
Bem, esta história tem alguns significados especiais em nossas vidas. Se refletirmos naquilo que fazemos a cada dia, concluiremos que construímos muitas ‘pontes’ e as derrubamos quando bem entendemos. Algumas pessoas entram em trabalhos pastorais, participam do planejamento dos agentes e, sem nenhum compromisso com o grupo, resolvem abandonar o barco. Deus merece essa falta de consideração? Será que, sozinhos, continuam edificando pontes que nunca caem?
Li na internet oito jeitos de melhorar o mundo neste milênio:
1. Acabar com a miséria e a fome.
2. Educação básica para todos.
3. Igualdade para a mulher.
4. Reduzir a mortalidade infantil.
5. Cuidar da saúde das gestantes.
6. Erradicar a malária, a AIDS e outras doenças contagiantes.
7. Aumentar a qualidade de vida e os cuidados com o meio ambiente.
8. Favorecer o desenvolvimento nos países subdesenvolvidos.
Na minha opinião, faltam dois itens na relação:
9. Confiar mais na oração.
10. Fazer tudo com amor.
Aliás, somente os dois primeiros e últimos da lista já seriam suficientes para transformar o mundo. Se assumíssemos esses compromissos, nada seria tão triste como antes e as pontes de amor durariam para sempre. A cada gesto de amor, mais uma pedrinha é colocada na ponte que nos levará ao Céu.
E veja que mensagem bonita foi transmitida numa sala de aula:
– Professora, o que é o amor?
A mestra, então, pediu que cada aluno saísse e trouxesse algo que expressasse o sentimento de amor. Ao voltarem, os meninos foram mostrando as ideias que tiveram:
– Eu trouxe esta flor, não é linda?
– Eu trouxe esta borboleta. Vou colocá-la em minha coleção.
– Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto com outro irmão.
E assim, as crianças iam relatando o que tinham trazido. Aí, a professora notou uma menina que tinha ficado quieta o tempo todo, pois nada havia trazido.
– Meu bem, por que você não trouxe alguma coisa?
– Desculpe, professora. Vi a flor, mas fiquei com pena de arrancá-la. Depois, vi a borboleta, linda, colorida. Parecia tão feliz voando que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído, mas olhei para o ninho, vi sua mãe olhando tão triste que resolvi devolvê-lo. Portanto, trouxe o que não posso lhe dar: o perfume da flor, a liberdade da borboleta e a gratidão no olhar da mãe do passarinho. Foi por isso que não trouxe nada em minhas mãos.
A professora agradeceu e lhe deu a nota máxima. Fez, ainda, este comentário:
– O verdadeiro amor é aquele que trazemos no coração, e foi isso que você nos deu. Parabéns, minha querida, continue sempre assim.