A edição do DNS implica em selecionar partes do código genético e corrigir aquelas consideradas inadequadas. Por exemplo, se existe um gene que é responsável pelo desenvolvimento de uma doença, esse gene poderia ser substituído por outro normal e a doença não ocorreria.
O professor Gustavo Thomazine cita como exemplo o gene responsável pela produção de insulina. Pessoas que nascem com esse gene com defeito consequentemente desenvolvem diabetes. A edição do DNA permitiria tirar aquele gene com defeito do genoma da pessoa e inserir o gene normal, capaz de produzir insulina. Com esse procedimento é corrigida a diabetes do paciente.
O nome da técnica revolucionária é CRISPR-Cas9. Ela utiliza uma enzima que vai “cortar” a parte defeituosa do DNA e inserir um DNA novo. Até então o que poderia ser feito era inserir genes, mas não se sabia exatamente onde ele deveria ser inserido ou o efeito que essa inserção iria ter.
A técnica é extremamente precisa, sendo praticamente cirúrgica em intervenções de nível molecular.
No momento estão sendo realizados trabalhos com embriões humanos, em fecundações feitas em laboratório com sêmen de voluntários que apresentavam doenças genéticas. O embrião foi submetido à técnica, teve sucesso no silenciamento do gene defeituoso e inserção do gene novo, mas esse embrião foi mantido por poucas etapas de desenvolvimento e depois foi morto. Essa técnica foi aplicada nos Estados Unidos e lá é proibido o desenvolvimento de seres humanos modificados geneticamente.
As possibilidades trazidas pela CRISPR-Cas9 são inúmeras e no campo da medicina especificamente, a ciência pode estar diante da extinção daquelas doenças autossômicas e outras causadas por genes bem mapeados. O grande questionamento acontece quando a técnica é aplicada com outras finalidades, estéticas, por exemplo. Há toda uma questão ética envolvida, já que seria possível para uma família comprar um gene e poder ter um filho com olhos azuis, quando isso não seria possível.
Outra área que pode ser beneficiada inclui os esportes, com a fabricação de super atletas em série.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM