É claro que não. Comentei no artigo anterior sobre ainegável importância do Turismo, como um dos fatores de desenvolvimento para uma cidade, uma região, Estado ou país. França, Espanha, Itália e Suíça, por exemplo, “transpiram Turismo” e contam muito com ele para engordar seus PIBs. É muito dólar vindo através dos turistas, e ainda propaga um marketing positivo, ou seja, indubitavelmente, é ” um bom negócio”. Surgem então as questões:
Não existe “uma fórmula”, mas há uma série de passos e posturas complementares para se adaptar às regras de mercado e ao padrão requerido pelo turista-padrão de hoje, mais crítico, mais criterioso, oriundo de todas as classes sociais e econômicas, e cada vez mais se internacionalizando.
Como já citado, em princípio,o turista se desloca de seu habitat normal(transportes), ele precisa se alimentar (restaurantes, bares, lanchonetes, supermercados, laticínios, etc), ele pode precisar de hospedagem (hotéis e similares), ele faz visitas (ingressos, guias, taxis), ele compra lembranças (roupas, artesanato, alimentos, bebidas, etc), ou seja, ele pode participar e impulsionar economicamente mais de 50 segmentos/atividades.
Mas o que leva o turista a sair de casa para gastar parte de seu tempo e de seu dinheiro ? Alguma matéria lida, alguma foto, algum comentário de alguém, ou seja, alguma coisa que atraiu sua curiosidade, que ele acredita vir a satisfazer algum desejo ou necessidade sua.
Sobre a potencialidade
Pode ser apaisagem(praias, montanhas, trilhas, lagos,etc),motivos religiosos(igrejas, pessoas-mito, cerimônias, etc), monumentos artificiais (ruas, estádios, praças, estátuas, etc) e inúmeros outros, como, fatos históricos, culinária diferenciada, atividades rurais, artistas, museus. Ou seja, não há mágica, basta um fator motivador. Exemplo: em Minas, uma casinha humilde, em uma vila paupérrima, onde morou uma senhora considerada santa, leva milhares de pessoas anualmente até lá, ou seja, potencializou o Turismo e uma avalanche de atividades econômicas, sociais, culturais, religiosas, negócios e empregos, que a vila nunca teria conseguido por outros meios.
Assim sendo, em qualquer cidade, de qualquer porte, em qualquer canto, pode surgir potencial para a atividade turística e obter ganhos com esta atividade. Só que esta“indústria do turismo”, hoje em dia, já está com padrões de exigência, por parte do praticante do Turismo, quesó a mera potencialidade já não basta.
Oturista-padrão de hojejá consulta a Internet, quer o máximo de informação (fotográfica, custos, mapa de acesso, etc), procura atividades fora do trivial, diferentes do seu cotidiano, mas não abre mão do conforto, da higiene, uso do celular, boa alimentação e hospedagem, souvenirs para comprar, opções para fotografar, etc. Em compensação, ele paga com satisfação quando o resultado for: boas recordações, bons assuntos para comentar sobre a experiência vivida e a vontade de voltar. Também reprova o que não for ecologicamente correto.
Portanto,transformar o potencial em atração, atrair turistas e negócios, exige um certo amadurecimento profissional e total envolvimento do Poder Público, não basta propaganda na mídia com uma boa foto. Propaganda enganosa desencanta o turista e a notícia ruim corre. Um destino qualquer ( um restaurante, um hotel, o aspecto da cidade, etc) tanto podem impulsionar um positivo movimento turístico-comercial como denegrir a imagem da cidade, como destino turístico, dependendo da forma que for avaliado pelos eventuais turistas/visitantes, e a divulgação que possam gerar posteriormente, seja no boca-a-boca ou em alguma mídia, principalmente se for na Internet. Turismo bom tem que ser socialmente justo, econômicamente viável e ecológicamente correto.