Não pode existir dúvida alguma sobre a imperiosa necessidade de dedicar à preparação da infância e da juventude toda a atenção que merece.
A mente infantil é suscetível a inclinar-se na direção de qualquer pensamento que a sugestione. Como não sabe nem tem consciência alguma da vida, aceita com facilidade tudo o que lhe é inculcado; daí a enorme responsabilidade dos que têm a seu cargo a tarefa de conduzi-la. E não se deve esquecer que os meninos e os jovens de hoje são os homens de amanhã, de modo que não será difícil saber como haverão de ser eles, se é levada em conta a preparação que receberam quando sua reflexão era incipiente.
Durante esse período, a mente é o campo virgem e fértil em que germina e se desenvolve rapidamente qualquer idéia ou pensamento. Se estes tendem para o bem, a vida se tornará útil e benigna; se tendem para o mal, a vida se tornará sombria e estéril. Nada, portanto, pode ser mais propício, quando se trata de educar as mentes dos mais novos, do que ilustrá-las com toda a clareza e amplidão sobre os problemas e pontos com os quais a consciência haverá depois de tomar um contato mais imediato.
É especialmente na idade juvenil que toda classe de pensamento ocorre à mente, e enquanto uns incitam a realizar uma coisa, outros incitam a realizar outra. Acumulam-se, assim, projetos que, num ímpeto de rivalidade, lutam para absorver integralmente a atenção da ainda não cultivada inteligência. Esses fatos se repetem com sugestiva frequência nos adolescentes, trazendo como consequência a desorientação, já que, em tais circunstâncias, poucos são os que dominam sua inquietação e se dirigem com firmeza ao desenvolvimento metódico de um estudo ou à realização ordenada de um projeto. Por outro lado, o jovem tem de ir acondicionando seu ser a todos os vaivéns da vida; e é ai que ele necessita saber que todos os seus passos devem ser inspirados pelo anelo profundo de corresponder ao que espera de si mesmo, proporcionando à sua existência todo o bem que ela exige de sua razão e de sua consciência, e também pelo anelo de cumprir os deveres que tenha em relação a todos os seus semelhantes, podendo beneficiar, dentro da medida de sua capacidade, sobre tudo os que lhe são mais achegados.
A juventude requer ser orientada; só assim não se haverão de malograr os esforços e a inteligência dos que amanhã, por sua vez, deverão preparar as gerações que lhes sucederão.
O fomento do estudo em todas as suas formas, das atividades sadias, do culto saber, à humanidade, à família, e, muito particularmente, do culto ao respeito que o indivíduo deve a si mesmo, ao que é seu, e ao respeito que o indivíduo deve a si mesmo, ao que é seu, e ao respeito que deve aos demais e a propriedade alheia, é o fundamental para que tal orientação cumpra seu grande objetivo, que é o de formar na juventude a consciência cabal de sua responsabilidade perante a vida, seus semelhantes e o mundo.
Dentro desse quadro de preparação básica, com análise dos problemas e assuntos que mais diretamente afetam os períodos iniciais da vida, deve-se educar a juventude; dessa maneira, será consolidada nela a segurança e confiança nas próprias forças e recursos e ficará facilitado seu acesso a postos de responsabilidade, reservados sempre à maturidade e à senectude.