Após dois anos de um trabalho cuidadoso de pesquisa, os cidadãos mineiros – e porque não dizer, brasileiros – ganharam uma nova e importante ferramenta de consulta. O Dicionário de Políticas Públicas, lançado pelaUniversidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), é um feito inédito da produção intelectual e política brasileira, sendo o primeiro do gênero a ser organizado por uma entidade latino-americana.
De forma intuitiva e didática, o dicionário disponibiliza para estudantes, pesquisadores, gestores públicos e população em geral conceitos relacionados à teoria e à prática das políticas públicas – decisões que envolvem questões de ordem pública com abrangência ampla e que visam à satisfação do interesse de uma coletividade.
Em 498 páginas, 37 autores de notória trajetória profissional – entre juristas, cientistas políticos, sociólogos, psicólogos, pedagogos e assistentes sociais – apresentam a definição de 142 verbetes.
Dentre eles, é possível encontrar os significados determos como Associativismo, Cidadania, Democracia, Estrutura Social, Sistemas Sociais, Servidor Público e Ética, entre tantos outros que são usados no dia a dia, sobretudo por estudantes e profissionais de várias áreas.
Explicando desde o conceito de Estado presente na célebre obra O Príncipe, do italiano Nicolau Maquiavel (de 1532), até o termo Governo Eletrônico – “denominação atribuída ao uso de ferramentas eletrônicas e modernas tecnologias de informação com vistas a democratizar o acesso a dados, documentos e serviços” -, a obra faz uma importante contextualização histórica dos temas explorados.
Em entrevista, uma das organizadoras da publicação, a diretora da Faculdade de Políticas Públicas (Fapp) Tancredo Neves, da Uemg, Carmem Lúcia Freitas de Castro, fala sobre o valor da obra, da sua contribuição para a sociedade e do seu processo de desenvolvimento.
“Não seria exagero dizer que, com a publicação deste dicionário, a Uemg sela o seu destino como instituição que se preocupa e zela pela qualidade das políticas públicas e pela qualidade de vida dos cidadãos, algo indissociável dos princípios e ética de uma universidade”, afirma Carmem. A pesquisadora também destaca o apoio da universidade, que financiou integralmente o projeto.
Além do formato impresso, a obra está disponível em versão online aberta para a consulta por qualquer pessoa.Clique aqui para acessar a versão online do Dicionário de Políticas Públicas.
Carmem Lúcia Freitas de Castro ainda afirmou que a obra é uma poderosa ferramenta de consulta a serviço de estudantes, professores e demais atores sociais em seus estudos e pesquisas. Os verbetes têm uma abrangência que compreende toda a gestão pública e sua relação com as transformações sociais. Embora tenha um caráter de trabalho acadêmico, o dicionário é de leitura fácil, de compreensão imediata e está ao alcance do cidadão, do estudante, do pesquisador, enfim, da sociedade em geral.
Segundo ela, o Dicionário de Políticas Públicas pode contribuir, em muito, com o cidadão, já que ele se propõe a explicar temas e conceitos que fazem parte do cotidiano de todos nós. A partir de uma breve leitura no tema que lhe interessa, o leitor poderá entender melhor contextos, situações, direitos e deveres, enfim, o universo das políticas públicas e sua participação em todo esse cenário.
A diretora ainda falou sobre os desafios e dificuldades do projeto. “No início, alguns não acreditavam muito no projeto”, disse. Entretanto, quando houve a adesão de pessoas importantes e professores, o trabalho foi tomando corpo. “O maior desafio é que o dicionário cumpra seu papel, seja uma obra que desperte a reflexão, que transforme concepções e seja realmente um trabalho de formação, de esclarecimentos aos cidadãos”, completa.
Os verbetes da área de economia foram os que nos demandaram maior atenção, explica. Foi preciso colocá-los em uma linguagem mais acessível, excluindo termos muito técnicos, tornando sua leitura fácil e compreensível principalmente para os que não são da área e mesmo os que pouco conhecem acerca de temas ligados a economia.
Fonte: Agência Minas