A droga é hoje o principal e maior problema enfrentado pelo do 56º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais, afirma o comandante Tenente-Coronel Alexandre Nocelli. Programa da Polícia Militar, o PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) é hoje uma ferramenta de vital importância na prevenção, transmitindo uma mensagem de valorização à vida, e da importância de manter-se longe das drogas.
Estudos já comprovam que o número de pessoas que passam pelo PROERD e que vão entrar no mundo das drogas é baixíssimo, no entanto, ainda sim o uso de drogas continua aumentando e o tráfico de drogas permanece apesar de todos os esforços da Polícia Militar em enfrentar a questão.
Diante disso, o Tenente-Coronel Alexandre Nocelli explica que é muito importante que a população tenha consciência de que a questão das drogas merece uma intervenção interdisciplinar. Ele conta que a droga que chega a Itajubá não nasceu no Brasil, ela atravessou o país inteiro para então chegar ao usuário na cidade e que por isso o combate deve se iniciar no combate ao tráfico (até mesmo através das forças armadas) e então passar por uma situação local de tratamento de saúde.
Em Itajubá, aumentaram em mais de 50% as ocorrências de repressão ao tráfico de drogas. Todas as semanas há entre 10 e 15 ocorrências de tráfico de drogas e traficantes são presos praticamente todos os dias. Mais do que isso, há ainda a questão da prevenção para evitar a entrada dos jovens no mundo das drogas.
“É preciso educar a acriança para não prender depois o adulto”. Nocelli ainda fala da importância de se afirmar valores e cuidar das famílias, ele afirma que a solução não está em prender, mas sim em educar para que não haja criminosos no futuro. Do contrário não haverá espaço para a população carcerária, teremos mais pessoas presas do que em liberdade.
Ainda sobre a questão da repressão às drogas, quase a totalidade das pessoas presas nas operações são humildes. Questionado sobre o motivo de tal disparate social, o Tenente-Coronel responde que se houver alguma informação e algum dado que mereça intervenção, seja aonde for, a Polícia Militar tem que averiguar. A prova de que não são somente os humildes a serem pegos é a Lei Seca que aborda sem distinção.
É preciso fazer um trabalho imparcial, mas ainda sim, infelizmente, em razão da péssima distribuição de renda do Brasil e de todos os outros problemas enfrentados no país, a parte visível do iceberg é representada pela classe mais humilde e que mais sofre. No entanto, essa realidade está mudando.
Sobre os grandes traficantes, que não mais se vê sendo presos, Nocelli fala da grande dificuldade de manter a vigilância nos 17 mil quilômetros de fronteira seca do país. Ele afirma que seria decisivo para o combate ao tráfico a patrulha dessa fronteira, segundo ele, se houvesse uma repressão maior nas fronteiras com certeza a situação seria minorada. Além disso, o Tenente-Coronel fala que é preciso endurecer a legislação com respeito ao tráfico.
Problema maior, entretanto, é que a questão das drogas não é um problema único. Para manter o vício, usuários muitas vezes cometem crimes, fomentando a violência nas cidades. A criminalidade nas cidades na maioria das vezes é relacionada ao tráfico de drogas.
Outra sugestão para melhorar o quadro no Brasil parte dos estados e de uma política de escola integral que tiraria esses jovens das ruas e os manteriam nas escolas estudando e praticando esportes. Se houvesse estrutura isso certamente iria ajudar não só na questão das drogas, mas em toda sociedade.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM