Por Paulo R. Labegalini
Um dia li e anotei isto: se fosse possível reduzir a população do mundo inteiro em uma vila de 100 pessoas, mantendo a proporção do povo existente hoje no mundo, tal vila seria composta mais ou menos assim: 57 asiáticos, 21 europeus, 14 americanos e 8 africanos; 52 seriam mulheres e 48 seriam homens; 30 seriam brancos; apenas 30 seriam cristãos; 11 seriam homossexuais; e 6 pessoas possuiriam 59% da riqueza existente.
Em consequência da má distribuição da renda, 80 viveriam em casas inabitáveis, 70 seriam analfabetos, 50 sofreriam de desnutrição, 1 estaria para morrer e apenas 1 teria formação universitária.
Assim é o planeta em que vivemos e que continua excluindo cada vez mais gente da possibilidade de sobreviver com dignidade. E as coisas não melhoram principalmente porque cada um de nós acredita que não é o culpado disso tudo e também que não pode fazer nada para mudar as coisas. Se São Vicente de Paulo, Santa Teresa de Calcutá, Santa Madre Paulina e tantos outros praticantes da caridade cristã pensassem assim, o que teria sido de milhares de pessoas assistidas por eles?
Graças a Deus que eu tenho o privilégio de poder estar escrevendo este artigo agora e que você, leitor(a), pode me ajudar a melhorar a situação descrita. Quem ler estas linhas, com certeza, é uma das pessoas mais abençoadas do mundo e tem a obrigação de ajudar o próximo.
Aqui mesmo, em Itajubá, quantos se dirigem à Vila Vicentina da Igreja Nossa Senhora Aparecida, ou à APAE, ou à Casa da Criança, ou ao Asilo dos Velhos, ou às creches, ou à Ação Social da Prefeitura, perguntando se precisam de um pouco de comida ou de braços para trabalhar? Infelizmente poucos!
Saiba que se você pode ir a lugares assim sem medo de bombardeios ou de ser preso, você tem mais ‘sorte’ do que 30 milhões de pessoas no mundo. E se você tem comida na geladeira, roupa no armário, um teto sobre a sua cabeça e um lugar para dormir, considere-se ‘melhor’ do que 75% dos habitantes da Terra.
Agora, se tiver dinheiro no banco ou na carteira, assim como eu, você está entre 8% das pessoas com a melhor qualidade de vida do mundo! E só por estar lendo esta mensagem, você recebeu uma tripla benção: há alguém querendo lhe ajudar; você não está entre milhões de pessoas que não sabem ler; e teve acesso a um meio de comunicação de qualidade.
Pense nisso com carinho e procure se orientar melhor sobre o que Deus quer de você. Abra a Bíblia, leia alguns capítulos dos Evangelhos e terá as respostas que sempre procurou para ganhar o Céu. Acostume-se a ouvir o que vem do alto, assim como este índio da história se acostumou naquilo que lhe era mais importante.
Conta-se que um caçador levou um indígena para passear no centro de São Paulo. Seus olhos brilharam com a altura dos edifícios e ele mal conseguia acompanhar o ritmo frenético dos pedestres. Espantava-se com o barulho ensurdecedor dos automóveis e das pessoas falando em voz alta.
De repente, o índio falou: ‘Ouço um grilo.’ O amigo, espantado, retrucou: ‘Impossível ouvir um inseto tão pequeno nesta confusão!’ Mas, o índio insistiu que ouvia um grilo cantando e, tomando o seu cicerone pela mão, levou-o até um canteiro de plantas. Afastando as folhas, apontou para o inseto.
‘Como isso é possível?’, perguntou-lhe o caçador, ainda sem crer. O índio pediu-lhe algumas moedas e, então, jogou-as na calçada. Quando caíram, devido ao tilintar do metal, pessoas pararam e as apanharam.
Com esta história, fica fácil concluir que nós ouvimos o que estamos interessados ou acostumados a ouvir. Quem pouco vai à Igreja e não lê a Palavra de Deus, não ouve a Sua voz chamando a todo momento e pedindo que se esforce para modificar os corações maldosos da humanidade. E quem não se esforçar, também não poderá dizer que não é culpado pelo quadro vergonhoso de injustiça social relatado no início do artigo.
Na verdade, todos nós somos culpados, porque se eu tenho comida em abundância em casa, tenho a obrigação de repartir um pouco com aqueles que nada têm. E quem não souber como fazer a comida chegar na boca do pobre, procure um vicentino e peça que ele o faça. Aquele que nos pedir ajuda, será muito bem atendido porque esse é o trabalho dos vicentinos e o fazemos por amor a Jesus Cristo.
Sabemos que não somos santos, mas tentamos chegar à santidade abraçando a causa dos pobres – pecadores como nós – e, com a proteção de São Vicente e da Virgem Maria, seguiremos em frente na nossa missão. Mesmo sabendo que bastaria um pouco de vontade política para resolver o problema da pobreza em muitas cidades, procuramos fazer o trabalho de ‘formiguinha’, pois quem sofre precisa ser amparado.
Jesus Cristo disse que sempre teremos pobres entre nós, mas também falou que todo aquele que ajudar a um pequenino em Seu nome, é a Ele que estará ajudando.
E que bom que você ainda está vivo(a)! Então, faça a sua parte.