O início do ano de 2024 tem sido marcado por notícias associadas ao aumento de casos de dengue no Brasil. Em Itajubá, sul de Minas Gerais, no dia 17 de janeiro, já havia 17 casos confirmados [1] e o mês terminou com o registro de 75 casos considerando apenas os moradores de Itajubá (Secretaria Municipal de Saúde de Itajubá). No dia 09 de fevereiro, o Ministério da Saúde divulgou uma projeção de que o país pode chegar a registrar 4,2 milhões de casos de dengue em 2024 [2].
O aumento dos registros de dengue no mês de janeiro chamou a atenção da professora Michelle Reboita para uma possível associação com as condições atmosféricas. Primeiramente, a referida professora solicitou à Secretaria Municipal de Saúde de Itajubá a série histórica dos casos confirmados de dengue somente de moradores de Itajubá. Lhe foi encaminhada a série histórica de janeiro de 2014 a janeiro de 2024. Com base nos dados, foram identificados os anos com maior incidência de casos e realizada uma comparação com a precipitação.
A Figura 1 mostra que os anos de 2015 e 2020 são os com maior ocorrência de casos e que esses atingem máximos em abril. Os outros anos possuem poucos casos confirmados, tanto que não são claramente visualizados na Figura 1.
Uma característica interessante é que em anos com grande ocorrência de dengue, há deficit de precipitação nos meses precedentes de dezembro e janeiro (Figura 2). Portanto, as precipitações abaixo do valor climatológico em grande parte do país como em Minas Gerais em dezembro de 2023 e em janeiro de 2024 são um fator importante para explicar o aumento dos casos de dengue. Associado a isso, ainda há o registro das anomalias de temperatura do ar médias acima do valor climatológico, o que também pode propiciar as condições favoráveis para o desenvolvimento do mosquito vetor da dengue. Nosso estudo ainda está em fase inicial, mas vamos ampliá-lo para obter um maior conhecimento das relações atmosféricas com os registros de dengue em Itajubá.
Referências
[1] https://conexaoitajuba.com.br/minas-gerais-esta-em-alerta-de-dengue-2/
Por:
Docente: Prof. Dra. Michelle Simões Reboita
Discentes: Felipe Henrique dos Santos e Pâmela Marchi