A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie, chegando a viver setenta anos! Mas, para chegar a essa idade, aos quarenta, ela tem que tomar uma séria e difícil decisão, porque está com as unhas compridas, flexíveis, e não consegue mais agarrar as presas para alimentar-se. O bico alongado e pontiagudo também se curva, dificultando a caça. Apontando contra o peito, as asas envelhecidas e pesadas pela grossura das penas, dificultam o voo.
Então, a águia só tem duas alternativas: morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação – que irá durar aproximadamente 150 dias! Esse processo consiste em ir para o alto de uma montanha e recolher-se num ninho próximo a um paredão, onde ela não necessite voar. Após encontrar esse lugar, começa a bater o bico contra a pedra até conseguir arrancá-lo. Depois, espera nascer um novo bico, que irá ajudá-la a arrancar as unhas. E quando as novas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. Só então, após cinco meses, sai para o famoso vôo de renovação e vive por mais 30 anos.
Se todo ser humano tivesse por princípio renovar a própria vida para viver eternamente, seria preciso contar a história de uma ave para lhe servir de exemplo? Outros animais irracionais também lutam desesperadamente pela sobrevivência sem prejudicar a espécie… e os homens continuam se matando!
Contudo, o trabalho de evangelização da Igreja Católica não para e continua trazendo muita gente para perto de Deus através de lindas celebrações da Eucaristia, músicas maravilhosas e meios de comunicação diversos, mas, insisto, poucos abrem seus corações a Deus. O que fazer então?
Bem, em primeiro lugar, não podemos desanimar. Se Jesus Cristo nos passou a missão de pregar o Evangelho, temos que nos preparar para altos voos, levando a Palavra aos mais pecadores. E para atingir um maior número de pessoas, não devemos descuidar da oração. Quanto mais oração, maior será o Reino de Deus na Terra. A oração nos renova na fé, na esperança e nos impulsiona para o serviço cristão.
Agora, você que deseja continuar recebendo graças do Céu e também chegar lá um dia, responda com sinceridade:
Dou prioridade à oração todos os dias? Sou exemplo de vida na minha família? Partilho com os pobres parte do que Deus me deu? Contribuo com o dízimo e algumas outras obras da minha comunidade? Rezo pelo Papa, pelos bispos, sacerdotes, seminaristas, missões religiosas e novas vocações? Faço penitências pela paz no mundo e conversão dos pecadores?
Espero que tenha se saído bem porque, relendo o parágrafo anterior, percebi que tenho muitas coisas para melhorar. Só de reconhecer isso, já dou graças a Deus pela renovação que Ele procederá em mim, permitindo que eu viva os próximos anos feito ‘águia nova’.
E qual justificativa usaria o pecador que não quer melhorar suas atitudes indignas de cristão? Será que se julgaria com capacidade suficiente para caminhar sozinho na vida? Bem, caso conheça alguém assim, proponha a essa pessoa responder este caso:
‘Você está dirigindo – de madrugada e na chuva – um veículo de dois lugares apenas. Ao passar por um pequeno abrigo, avista três pessoas: uma senhora passando mal, um médico que já lhe salvou a vida, e a pessoa – de sexo oposto ao seu – mais bonita que já se viu. O que você faria?’
Eu fiz esta pergunta a um amigo solteiro, e ele respondeu assim: ‘Eu daria o meu lugar no carro ao médico – para que levasse a senhora ao hospital – e ficaria no abrigo com a moça’. Isso que é atitude cristã! Aliás, ele conciliou muito bem o espírito de caridade com a oportunidade de paquerar a garota, não? Fez bem, porque Deus também quer a nossa felicidade.
E quem aceitar a proposta salvífica de Jesus, poderá usufruir da sabedoria adquirida para sempre. Para melhor compreender isso, vou contar uma história que ouvi de um seminarista:
‘Após a morte, um homem estava tentando achar o caminho do Céu, quando encontrou São José. E o santo lhe mostrou uma enorme cruz, dizendo que teria que carregá-la até a entrada do Paraíso. Pois bem, São José foi à frente e o homem com a cruz atrás. No caminho, o serrote de São José caiu e, aproveitando da situação, o pretendente ao Céu cortou um pedaço da cruz, tornando-a mais leve. Mais adiante, novamente a cruz pesou e o homem usou o serrote para diminuir o seu tamanho. E estando bem próximo de se salvar, ele avistou uma vala profunda, onde precisaria da cruz inteira para fazer de ponte e poder passar.’
Então, o homem ficou fora do Céu. E nós? Peçamos a Deus que este artigo sirva para aprendermos que, quando as condições não nos forem favoráveis, carreguemos pacientemente a cruz por algum tempo até começarmos o processo de renovação. E quando o peso dos pecados for aliviado, iniciaremos o voo da vitória. Assim seja!