Começando pela mais velha, a Thaís sempre foi muito responsável e, às vezes, até exagerava. Quando íamos à praia, ela ficava contando os amiguinhos à sua volta com medo de se perderem. Todos se divertiam, mas ela não tirava os olhos das crianças, inclusive correndo buscar alguém que se afastava do grupo.
A Soraia nunca se importou em ser mais elegante que a irmã. Via roupas nas vitrines e pedia à mãe que as comprasse para a Thaís. Achávamos aquilo meio estranho, mas admirávamos o seu espírito de despojamento. Porém, como filha amada que sempre foi, acabava sendo premiada com belos presentes e os dividia com os irmãos.
E o caçula, Alexandre, nunca foi o mais mimado. Acho que por ser homem, cobrávamos dele uma postura de liderança. Lembro-me que em 1991, quando tive alta após dois meses internado no hospital, sentia medo de ficar muito tempo sozinho no quarto da casa de minha mãe. Então, chamava o Alexandre para brincar de tartaruga ninja comigo. Espalhávamos os bonecos pela cama, ele se divertia e eu me alegrava por ter tão boa companhia.
Você, leitor, concorda que já eram caridosos desde pequenos? Eu sei que caridade é muito mais que isso, mas tudo tem um começo na vida da gente, e melhor quando os indícios começam de criança. Hoje, vejo o bom coração que bate no peito de cada um de meus filhos – anunciando fé e amor em abundância.
Assim, cada vez me sinto mais responsável em lhes dar exemplos de servir a Deus com alegria. Eu imagino que possam estar seguindo os meus passos e os passos da mãe para não saírem do bom caminho.
E não importa a tua idade, o que vale é querer se doar para servir o próximo da maneira que Deus quer. Para motivá-lo, veja o que Luís Fernando Veríssimo escreveu – sobre coisas que levou anos para aprender:
1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa – esta nunca falha.
2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas – está cheio de gente querendo lhe converter!
3. Ninguém liga se você não sabe dançar – a maioria das vezes, quem está olhando também não sabe.
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca – Deus deu 24 horas por dia para cada um cuidar da sua vida e tem gente que insiste em fazer hora extra!
5. Jamais tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite – quem disse tinha conhecimento de causa.
6. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu todo o seu potencial, essa palavra seria ‘reuniões’ – onde ninguém se entende.
7. Há uma linha muito tênue entre ‘hobby’ e ‘doença mental’ – ouvir música é hobby, mas no volume máximo às sete da manhã pode ser doença mental.
8. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito – que bom!
9. Lembre-se: nem sempre os profissionais são os melhores. Um amador construiu a Arca de Noé e um grande grupo de profissionais construiu o Titanic – é a pura verdade!
10. Guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que outra pessoa morra – não é coisa de gente inteligente.
Pois é, se alguém tão capacitado demorou tanto para aprender coisas simples, não está na hora de você repensar na sua vida? Por exemplo, você sabe o relacionamento entre seus 2 olhos? Eles piscam juntos, se mexem juntos e choram juntos. Eles também veem as mesmas coisas e dormem juntos. Embora eles nunca se olhem, a amizade entre eles é eterna! Imagine, agora, que o seu segundo olho é uma pessoa pobre que você ainda não conhece… Ser vicentino pode lhe dar essa oportunidade…
Como disse São Vicente: “Adorar a Deus na igreja ou servir um pobre é a mesma coisa”. Significa deixar Deus por Deus.