Por Phamela Hinhel
Não há nada que tenha permanecido igual depois de um 2020 tão caótico. A pandemia causada pelo Covid-19 parou, mas também sacudiu o mundo. Primeiro, a grande pausa. Em seguida, profundas reflexões que transformaram cada pedaço desse globo.
Comece refletindo sobre quantas mudanças aconteceram ao seu redor. Escolas dando seu melhor e migrando para o digital, empresas e funcionários encarando os desafios de manter o trabalho no estilo home office, pessoas buscando formas alternativas de transporte, inúmeros depoimentos de solidariedade em tempos de tanta dificuldade e tantos outros pequenos passos que fizeram o mundo sair da zona de conforto.
E é claro que a moda também sofreu diretamente esses impactos. Em entrevista ao Conexão Itajuba, a redatora especializada em moda da plataforma StyleSpring, Anna Liz Melo, fez um apanhado das três grandes mudanças que esse mercado sofreu depois de um ano de pandemia:
Com tantos serviços migrando para o modelo on-line, diversas empresas do ramo da moda se viram obrigadas a encarar a mudança enquanto as portas estiveram fechadas em lockdown. Quem já estava no mercado digital saiu na frente daqueles que precisaram construir do zero. A pandemia revelou a necessidade, e potencialidade, de quebrar as barreiras físicas da loja e vender também on-line. Dados recentes apontam que o e-commerce brasileiro cresceu mais de 50% no período da pandemia. “Quem tinha uma rede social bem consolidada não sofreu tantos impactos, já que fez do Instagram ou Facebook, seu novo canal de vendas. Muitas lojas começaram a vender pelo WhatsApp, através do cadastro de clientes e a criação de uma lista de transmissão. Essa foi uma mudança impulsionada pelo Covid que veio para ficar”, revela Anna.
Com a pausa forçada, causas ambientes viraram pauta logo no início da pandemia. Foram inúmeros os relatos de locais se recuperando dos impactos causados pelo consumo desenfreado. Com isso, tanto empresas quanto consumidores começaram a se preocupar com seus impactos também. “Em pequenos passos, as pessoas têm buscado reduzir sua agressão ao planeta. Por esse motivo, as empresas têm deixado suas ações ambientais mais públicas. Na moda, empresários têm tomado atitudes de acordo com o tamanho da sua estrutura. Pequenos negócios têm reduzido o plástico em pequenos processos, como embalagens e condutas internas. Empresas maiores têm buscado grandes responsabilidades ambientais, como reciclagem para redução de resíduos e recuperação da matéria-prima”, explica.
Muitos valores foram repensados durante esse período de isolamento. As pessoas ressignificaram o que, de fato, importa para elas. Na moda, isso reflete muito na representatividade das propagandas. “Homens e mulheres querem comprar de marcas que representam sua realidade. Com isso, o padrão “branco e magro” vem sendo quebrado para dar espaço a uma maior diversidade”, finaliza Anna. Além disso, as pessoas têm se interessado em marcas que tenham propósito, mostrem seu posicionamento e abram espaço para diálogo.
Um ano após seu início, Itajuba enfrenta a Onda Roxa na pandemia. Sem previsão de melhora enquanto não há vacinação disponível para todos, diversos setores continuam sofrendo os impactos e as mudanças, que podem marcar para sempre diversos ramos de atuação.