Artigo especial sobre “Como formar um bom médico humanista?”. Artigo interessante na contramão do que se vê no momento em que o humano, aprendiz a partir de exemplos, nada na abundância daqueles que papel higiênico algum bastaria. Isso porHygeiaser a representante grega da higiene na saúde pública. Humanismo é busca insólita nesse momento em que valores humanistas são recebidos sob-risos, risadas e gargalhadas pelas “altas esferas” do plano físico, enquanto aguardamos mais um carnaval, a nova novela e o próximo campeonato.
Estava lá escrito assim, dito por um xará quartanista de renomada instituição:“Quando um aluno fala em ética ou bioética, os outros riem dele”. Um convite à meditação. O homem meditabundo é semente humanista a germinar. Germinemos em amor.
Mas, considerando, desconfiado, haver algo louvável no texto, pingo um tijolo nessa obra: assistam ao filme brasileiro “O Cheiro do Ralo”. Depois me digam…
Depois, li lá também um artigo bem legal sobre armamentos e a perda da capacidade de indignação. Estava escrito que o gasto com armamentos atual é mais de 200 vezes maior que o que se gasta para combater a fome. Para nós brasileiros isso é muito chocante, pois aqui nasceu o maior estudioso do mundo sobre essa questão, o inigualável médico Josué de Castro. Leiamos nas escolas médicas a obra desse ilustre médico, especialmente “Geografia da Fome” e “Geopolítica da Fome”.
Lembremos apenas que fome não deve ser combatida ou morta, senão apenas as pessoas alimentadas; e a meu ver, não há nenhum combate quando alimentamos alguém. Quando aprenderemos a usar melhor as palavras? Enquanto a linguagem for de combate e morte, me parece óbvio que se gaste cada vez mais com armamentos. Meditemos. O estado meditabundo é a promessa do médico humanizado. O que acha?
Ainda sobre os armamentos, estava lá escrito sobre o recente bombardeio pela força aérea estadunidense em três de outubro de 2015 de uma unidade do Médico Sem Fronteiras (MSF) no Afeganistão. Apesar das desculpas do presidente Obama à MSF pela morte de doze profissionais do MSF e doze pacientes, a médica Joanne Liu, presidente internacional da MSF fala em crime de guerra e interpreta o fato como violação imperdoável do Direito Internacional Humanitário. O que leva alguém a trabalhar no Médico Sem Fronteiras?
Depois ainda li lá um artigo assim: “Um mundo tão desigual é viável?”. Disse que, segundo o banco Credit Suisse, 1% da população mundial detém quase 50% da riqueza produzida no planeta. Os outros 99% dividem, em partes também desiguais, os cerca de 50% restantes. A autora, Kátia Maia se mostrou indignada com o fato de 85 pessoas apenas serem donas da quantia equivalente ao que a metade da população mais pobre do planeta tem.
O jornal El País fez uma reportagem interessante sobre isso em 17/10/2015:
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/13/economia/1444760736_267255.html
Quem quiser ver o relatório e a pirâmide de distribuição acesse:
http://ep00.epimg.net/descargables/2015/10/14/81cef5bbe2878e321682f7adfde25ec6.pdf
Um Amigo falou certo dia sobre a economia: “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, mas com o advento da modernidade Deus foi anexado aos domínios de César. Assim, humanizamos a moeda! Ao menos é o que se nota nas Américas quando ao norte lemos nos dólares “In God we Trust” (Acreditamos em Deus) ou mais recentemente ao sul nas notas de dinheiros dos Estados Unidos do Brasil onde se lê: “Deus seja louvado”. Talvez “Deus nos proteja” seja alternativa evolutiva interessante a se considerar nas impressões futuras.
Essas reportagens da revista “Ser Médico” iniciando 2016, ano chinês macaco de fogo, aliadas ao estado atual das coisas fazem pensar se cabe um “salve 2016” ou um “salve-se quem puder em 2016”! Será que as autoridades falam de coração quando o assunto é humanizar?