O livro ‘Maria, a maior educadora da história’, de Augusto Cury, nos leva a admirar ainda mais a perfeição de Nossa Senhora. O autor, que diz não praticar nenhuma religião, tira conclusões impressionantes ao estudar os comportamentos e a inteligência da Mãe de Jesus. Segundo Cury, o livro expressa “a visão da psicologia, psiquiatria e pedagogia sobre a mulher mais famosa e desconhecida da História”, e indaga: “Por que não foi escolhido um grupo de intelectuais para formar o Homem que dividiria a humanidade?”
Descobriu-se que a inteligência de Maria era fascinante e sua capacidade de ensinar, deslumbrante. Os dez princípios utilizados por ela para educar Jesus são uma fonte de lucidez para a educação moderna. Eis um trecho do livro sobre o Mestre:
“Jesus certa vez disse: ‘Felizes os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus’. Não disse que os filhos de Deus são os que fazem orações o dia todo, os que têm atitudes angelicais, os que são isentos de falhas, mas os pacificadores. Suas palavras deixaram maravilhada a multidão que o ouvia.”
E falando da Virgem Maria:
“Ninguém conseguiria produzir um poema de uma complexidade intelectual e existencial tão grande como o Magnificat e, ainda mais, de improviso e fatigada, se não fosse sobredotada. Esta frase pode surpreender o mundo religioso: Maria tinha intelecto de um gênio.”
E o autor rasga ensinamento:
“Muitos que se achavam especialistas em Deus mataram, excluíram, arruinaram vidas, silenciaram vozes. Construíram um deus no teatro da sua mente para excluir seus semelhantes. Um deus da dimensão do seu egoísmo, do tamanho das suas verdades dogmáticas. Os ignorantes olham para baixo e acham que o mundo é do tamanho dos seus passos, os sábios olham para cima e vêem o mundo sem dimensão.
Maria olhava cada vez mais para o alto. O seu Magnificat era o retrato vivo de uma pessoa humilde e inteligente que enxergava algo além da nação judaica e da tradição dos seus pais. Muitos querem ter uma espiritualidade obediente, Maria tinha sonhos mais altos, queria uma espiritualidade inteligente.”
E por aí vai. Portanto, não há como negar que a educação de Jesus foi aprendida no lar de Nazaré. Tudo o que pregou, foi vivido na Sagrada Família, com Maria e José à frente. No capítulo 6 do Evangelho de São Mateus, por exemplo, Jesus diz: “A lâmpada do corpo são os olhos; se os teus olhos estiverem sãos, todo o teu corpo andará iluminado. Se, porém, os teus olhos estiverem doentes, todo o teu corpo andará em trevas”.
No mesmo capítulo, Ele recomenda: “Se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas”.
E para não alongar demais, eis um conselho maravilhoso de Jesus: “Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu, pois Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores. Porque, se amais os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os cobradores de impostos?” E conclui pedindo que imitemos o Pai celeste que é perfeito!
Fácil, não? É só não pecar com os olhos, perdoar sempre e amar os inimigos. Nossa Senhora fez muito mais que isto! E mesmo pensando ser impossível uma mudança radical de vida, podemos dar um passo por dia. Que tal nos comprometermos em não excluir algum irmão do nosso serviço a Deus? Assim, veremos que a união faz a força e faremos também a vontade do Bom Pastor, que sempre chamou suas ovelhas para a missão.
Eis uma linda oração, pedindo bênçãos para o nosso caminho rumo ao Céu. Reze isto você também:
“Torna-nos puros de coração para contigo parecer. Torna-nos humildes de alma para sermos semelhantes a Ti. Torna-nos amor, Senhor, para podermos amar a todos. Torna-nos verdade, meu Pai, para que possamos conseguir que a mentira não se infiltre no mundo. Torna-nos guerra, Senhor, para podermos exterminar o mal. Torna-nos paz, Mestre, para podermos apaziguar a todos os necessitados. Torna-nos semelhantes a Ti, para salvarmos a humanidade e morrer por nossos irmãos. Amém!”
E uma história relata a vida de um homem muito exigente que procurava encontrar a mulher perfeita para desposar. Os anos passavam e ele não conseguia encontrá-la. Então, resolveu correr o mundo e buscar realizar seu sonho. Depois de muito tempo viajando, finalmente a conheceu: era uma jovem de bela plástica, alegre e de grande espiritualidade. Sem perder tempo, propôs casamento a ela, mas recebeu como resposta:
– Eu só me casarei quando encontrar o homem perfeito!
Pois é, nos aproximarmos da perfeição é importante para servir a Deus, mas julgar e excluir o irmão nos torna mais imperfeitos.
Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).