[Foto: senador Cristovam Buarque (PDT-DF)]
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) lamentou em Plenário, nesta terça-feira (16), que nas atuais eleições para prefeitos e vereadores não esteja havendo debate de propostas e criticou o sistema em que os candidatos “apenas fazem o que recomendam os marqueteiros”. Para Cristovam, na falta de propostas, os eleitores acabam escolhendo seu candidato apenas pelo rosto, pelo cenário que apresentam em seu programa ou pelas frases de efeito produzidas por sua equipe.
Até a campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que procura desenvolver nos eleitores uma consciência sobre a importância do voto, mereceu reparos do senador do Distrito Federal. Ele observou que a campanha fala da importância dos candidatos, dos eleitores e até dos mesários, mas não toca em um ponto relevante, que, segundo o senador, é a discussão de idéias e propostas pelos candidatos.
Cristovam admite que hoje as diferenças entre os candidatos “são mínimas” e que estes não estão preocupados com ideologia. Para ele, “tudo virou uma geléia geral”, levando um candidato de uma cidade a defender idéias bem diferentes de um candidato do mesmo partido na cidade vizinha.
O senador disse ainda que não vê a oposição apresentar novas propostas, até porque o governo Luiz Inácio Lula da Silva “continuou a política econômica” do governo Fernando Henrique Cardoso, apresentando “uma pouco mais de generosidade” na política social do antecessor. Afirmou também que os partidos que estavam à esquerda do atual governo foram atraídos para o poder e, assim, seu discurso acabou se perdendo.
– Essa aglutinação inimaginável que se vê hoje em torno ao presidente Lula trouxe um vazio ideológico extremamente grave: os estudantes parados, os sindicatos desmobilizados, os intelectuais silenciados. Fica todo mundo dentro e quem não está satisfeito fica calado, não faz crítica. Quem pensa diferente é cooptado – constatou o senador Cristovam Buarque.
Fonte: Agência SEnado