Entre as qualidades que um ser humano precisa para servir a Deus com alegria estão: a bondade, a humildade, a sinceridade e o amor próprio. Duas virtudes são para carregar dentro do peito – humildade e amor próprio – e as outras, de comportamento, devem ser disponibilizadas ao próximo – bondade e sinceridade.
O conjunto das qualidades é importante para o crescimento pessoal e discernimento de diversos problemas na vida de qualquer pessoa. Havendo equilíbrio entre elas, estaremos combatendo no dia a dia uma série de fatores que também impedem a nossa felicidade. Quando erramos, a correção de rota exige o resgate de alguma das quatro qualidades em maior grau.
A verdadeira caridade estará presente nas ações daquele ser humano que possui quatro qualidades no coração. Então, se temos que praticar a bondade, a sinceridade, a humildade e o amor próprio, é tempo de deixarmos tudo o que é velho para trás e buscar somente aquilo que promove a vida.
Temos que ser solidários com o próximo porque Deus é solidário conosco; e isso não deve acontecer de vez em quando, mas continuamente precisamos experimentar o amor do Pai. Ele nos criou para sermos felizes!
E você, como está a sua vida? Caminha junto com os irmãos ou procura chegar sozinho? Pratica a oração e a caridade? Será que estará vivo no ano que vem para ter nova chance de ajudar o próximo? Quem aceita o amor Divino pratica esse mesmo amor com as pessoas, promove a paz e a vida em abundância. Lembre-se: para não cair nas trevas, busque a luz de Jesus – o único caminho para a nossa salvação!
Há uma história de um monge peregrino à procura de um homem que estava com baixa autoestima e vivia em profunda depressão. Logo que o avistou no bosque, percebeu que ele abaixou a cabeça e evitou mostrar sua tristeza. O religioso, então, puxou conversa: ‘O que faz aqui sozinho?’ E ouviu a franca resposta: ‘Sou um ex-criminoso, perdi o afeto dos meus amigos e não tenho esperança de sair da lama em que me encontro. Deixe-me em paz porque sei que ninguém pode me ajudar’.
Sabiamente o monge falou: ‘Mas eu preciso da sua ajuda, meu senhor. Pode ao menos segurar esta corda para eu descer até o riacho e beber um pouco d’água?’ Depois de algum tempo lá embaixo, o monge gritou: ‘Já bebi bastante. Pode puxar’.
Com toda a força, o homem tentou erguê-lo, mas não conseguiu. Tentou novamente, e nada! Foi quando viu que o monge abraçava uma pequena árvore e evitava ser içado. Então, meio bravo, o robusto homem, mesmo deprimido, desabafou em voz alta: ‘Que brincadeira boba é essa? Eu tentando ajudá-lo e você propositalmente resistindo?’ Lá de baixo, o monge respondeu: ‘Só estou retribuindo o que o senhor tem feito com todos que tentam ajudá-lo!’
Portanto, se desejar mudar qualquer tipo de situação, é necessário se desprender das ideias negativas que o impedem de enxergar os melhores caminhos – da justiça e do amor. Ame-se de verdade e cresça espiritualmente a ponto de se alegrar com a felicidade alheia.
Numa palestra que ministrei, contei a história de um filhote de águia que foi achado no mato por um camponês. Sem saber como cuidar dela, ele a criou junto às suas galinhas. Depois de muito tempo, um ambientalista soube da enorme águia que existia no terreiro do camponês e foi conversar com ele:
– Ei, amigo, você não pode tratar esse lindo animal assim como galinha!
– Mas esta águia se tornou uma galinha – disse o camponês.
– De jeito nenhum! Vou provar a você que os instintos dessa ave continuam presentes nela.
Então, o ambientalista levou a águia para cima do telhado e a soltou para que voasse. Ela foi ao chão e voltou para junto das galinhas. Não conformado com o resultado, ele voltou a pegar a águia e a soltou de cima de uma grande árvore. Novamente ela não voou. Foi quando ele a levou para o alto da montanha, fez com que olhasse na direção do sol e a jogou para o alto. Sem encontrar apoio no firmamento, a águia continuou voando por muito tempo.
Também somos a imagem e semelhança de Deus. Às vezes é necessário alguém nos lembrar disso e até nos ajudar com algum empurrãozinho, porém, quando decolamos na fé, as virtudes que estavam guardadas no coração voltam com mais força e alegria.
Nosso Pai nos criou para sermos felizes na Terra e, principalmente, junto Dele no Céu.
Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).