O que hoje está consolidado como Setembro Amarelo começou nos EUA, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio em 1994.
Mike era um rapaz muito habilidoso e restaurou um automóvel Mustang 68, pintando-o de amarelo, a cor que amava.
Em consequência dessa triste história, o laço amarelo foi escolhido como símbolo da luta contra o suicídio.
Perder uma pessoa pela morte auto-provocada parece ser uma das mais terríveis perdas. Os estudiosos dizem que cada suicida impacta, com o seu ato, não menos do que 160 pessoas à sua volta. E hoje, com o poder das redes sociais, eu me pergunto se esse número não deveria ser revisto.
Impossível que a culpa não seja uma das heranças que deixa o suicídio.
“Por que não percebi?” “Onde eu errei?”, como se o suicídio pudesse ter sido uma escolha entre muitas.
A ideia hoje mais aceita é que o suicida, na verdade, nunca ou quase nunca, quer se matar. O que ele, erroneamente pensa, é que esta é a única forma de se livrar da dor que o acomete.
Faltam-lhe recursos de enfrentamento? Está em meio a alguma crise de desesperança? Tem alguma doença mental que prejudica o seu julgamento? Estava sob o efeito de drogas?
Poucas vezes saberemos o que atormentou cada suicida nos momentos finais. Jamais saberemos o que ele pensou ou sentiu no momento em que deixou a vida.
Sabemos apenas que a responsabilidade da família e dos amigos na morte é muito relativa. Quem já acompanhou a vida de alguém que acabou por se matar sabe que a ideia de suicídio nunca desapareceu, mesmo com todo amor e cuidado dos que o cercavam.
Sabemos, também, que a espiritualidade (ou a religião, para quem a professe com o coração) é um potente antídoto contra a desesperança, seja pela firme crença no sentido e no objetivo da vida, seja pelos valores morais implícitos.
Talvez seja esse o motivo de crescerem tanto entre os jovens, os índices de suicídio ultimamente…