Seu computador é realmente seu???
Outro dia conversando com um amigo sobre as facilidades que a internet nos proporciona me chamou a atenção o conceito errado que ele tem sobre navegação segura. Posso garantir que para um internauta com muitos terabytes acumulados pelo tempo de web, ele tem hábitos nem um pouco saudáveis para um internauta. Diante disto resolvi indagá-lo se ele tinha certeza de que o computador dele era dele mesmo. A resposta foi obvia: – “Claro que é meu, eu comprei e paguei tudo certinho, tenho até nota fiscal”. Dando corda para a conversa veio o “mas”: – “Mas de vez em quando ele fica meio lento apesar de ser novo…”. Resolvi então verificar in loco a quantas andava a segurança do pobre computador, o resultado foi o que eu já presumia: infectado por 1 backdoor, 7 spywares incluindo as variantes de alguns deles (calma, dê uma olhada no final deste artigo que lá explico o que é cada um deles) além de um boa quantidade de arquivos infectados por vírus.
Ouvindo as justificativas do meu amigo a respeito de tamanha infestação cibernética, cheguei a conclusão que ele só pode afirmar que o computador é dele e exclusivamente dele se ele:
1. Só, e somente ele usa o computador.
2. Não permitir que a curiosidade se sobreponha ao bom senso. Em outras palavras: não abrir anexo de emails que ele não solicitou; não clicar em links no corpo de texto do email ou na janela de exibição de informações trocadas nos programas de mensagens instantâneas (MSN, Google Talk e Yahoo Messenger, por exemplo), não instalar programas de computador sem conhecer a sua origem (quem mandou, para que serve, qual a real necessidade dele).
3. Acreditar que assim como no mundo real, na internet também não tem brindes maravilhosos, ou seja, nada é de graça.
4. Não permitir que outras pessoas acessem computador dele com os mesmos privilégios de segurança ou maiores que o dele.
5. Não utilizar senhas fracas (falei sobre isso em um artigo publicado em agosto de 2008)
6. Possuir um firewall bem configurado e ativo, um bom programa antivírus e sempre atualizado e por fim um programa antispyware também devidamente atualizado. Com os dois últimos é de bom habito fazer varreduras forçadas e completas.
7. Não ignorar os alertas do sistema de segurança do seu computador sobre possíveis ameaças.
8. Baixar e instalar os patches de segurança recomendados pelos fabricantes dos softwares que estão instalados no computador dele. É fato, falhas nos projetos de softwares permitem que pessoas mal intencionadas explorem estas falhas com o objetivo de invadir o computador vulnerável.
Para finalizar, deixo o seguinte recado ao meu amigo e para os leitores desta coluna: de nada valerá ter os melhores programas de segurança (firewall, antivírus e antispyware) instalados e devidamente configurados e atualizados no seu computador pessoal se você não trabalhar a questão da sua curiosidade em relação a tudo que o cerca. Este recado vale também aos administradores de empresas, pois na corrente da segurança o elo mais fraco é, e sempre serão as pessoas que lidam com as tecnologias.
Glossário
Backdoor – Também chamados de cavalos de Tróia são programas que quando instalados nos computadores das “vítimas” vão permitir que outras pessoas assumam o controle computador infectado tendo acesso a todas as informações nele armazenada ou digitada.
Spyware – Ao utilizar um computador infectado por um spyware, o usuário além de ter seus hábitos de navegação monitorados também certamente terá todo e qualquer tipo de informação sua roubada por ele. Quando o usuário conecta seu computador à internet os dados coletados pela praga são transmitidos para destinatários desconhecidos do internauta. Geralmente, são distribuídos com outros programas disponíveis para download.
Vírus – Precisa explicar? Bem vamos lá, praga virtual que sempre trás para o usuário de computador algum tipo de prejuízo tais como: queimar componentes de hardware, lentidão ao executar outros programas, perda de arquivos, etc.