Um homem esperava para atravessar uma avenida quando um brilho na grama chamou sua atenção. Deu uma olhada, imaginou ser um caco de vidro e foi embora. Mais tarde, outro homem percebeu o brilho, abaixou-se, pegou a pedra suja e viu que era diferente, enviando raios luminosos quando iluminada pelo sol. Olhou, olhou e disse a si mesmo:
– Imagina se isto é uma pedra preciosa! Deve ter caído de algum anel de bijuteria. Se levar a um joalheiro, ainda terei que aguentar a gozação por ter achado que poderia ser valiosa. Logo eu iria achar uma joia perdida na grama?
Então, jogou a pedra no chão e atravessou a avenida, meio triste pela sua pouca sorte; porém, em seguida, outro homem percebeu o brilho na grama e, atraído pela beleza da pedra, pensou:
– Parece um diamante, mas também pode ser apenas um pedaço de vidro colorido. Preciso levá-la ao joalheiro e pedir uma avaliação. Quem sabe é a resposta às minhas orações?
Colocou-a no bolso e, à tarde, descobriu ser um diamante de muitos quilates e lapidação especial. Assim, devido ao valor da pedra, o homem de sorte pode saldar muitas dívidas e estruturou sua vida. Mas, será que foi somente sorte mesmo?
Quando alguém especial aparece em nossa vida e nos ajuda nas aflições, é sorte? Se ganharmos na loteria, é sorte? E quando um tratamento de saúde nos leva à cura, também é sorte ou é mais competência médica? O que dizer então do ar que respiramos, dos alimentos que comemos, da fé que temos, da família que nos cerca… Na verdade, tudo é graça!
Como na história que contei, algumas pessoas aproveitam as oportunidades que aparecem para melhorarem de vida. Isso acontece principalmente porque acreditam na providência Divina, que tarda, mas não falta! Outros seres humanos preferem desprezar a mão de Deus e nem agradecem as graças que recebem!
Li um livro que ganhei de um ex-aluno: ‘Diário – A Misericórdia Divina na minha alma’, escrito por Santa Faustina no século passado. O valor espiritual do livro não tem preço e nos leva a entender o significado das provações, mesmo considerando todo amor que Jesus tem por nós. Somente às almas simples, Deus revela as verdades ocultas aos sábios e doutores deste mundo.
Em 22 de fevereiro de 1931, no quarto de um convento na Polônia, Irmã Faustina viu Nosso Senhor vestido de branco e, da túnica entreaberta sobre o peito, saíam dois grandes raios: um vermelho e outro pálido. Jesus lhe disse: “Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: ‘Jesus, eu confio em Vós’. Por meio dessa imagem, concederei muitas graças às almas”.
Eis as promessas a quem confiar na Sua misericórdia: salvação eterna, grandes progressos no caminho da perfeição, graça de uma morte feliz e outros dons que a Ele suplicarem. Para ter direito a isto, Jesus ressaltou que precisamos confiar na Sua bondade, dedicar amor ativo ao próximo e perseverar no estado de graça santificante – confissão e comunhão. Em especial, na Festa da Misericórdia – primeiro domingo depois da Páscoa –, Ele citou a última tábua de salvação aos pecadores: “Se não venerarem a Minha misericórdia, perecerão por toda a eternidade”.
E as promessas vão além: “Quando recitam o Terço da Misericórdia junto a um agonizante, aplaca-se a ira de Deus e a misericórdia insondável envolve a alma. Pela recitação desse Terço, aproximas a humanidade de Mim”. Confesso que, mesmo quando fiquei limitado na compreensão da leitura, encontrei estas palavras de Jesus: “Como Deus é na sua essência, ninguém compreenderá, nem a inteligência dos anjos, nem a humana; mas o Meu amor não engana ninguém”.
Nas 500 páginas do livro, percebi que pelas graças concedidas à alma, pode-se conhecer o grau da sua intimidade com o Senhor. E a Irmã confessou como conseguiu isso: “Foi Nossa Senhora que me ensinou a amar Deus interiormente e em tudo cumprir a Sua santa vontade. O amor suporta tudo, o amor vencerá a morte, o amor não teme nada. Sois alegria, ó Maria, porque por Vós Deus desceu à Terra e ao meu coração”.
E que lindo este ensinamento de Jesus: “Procura fazer com que todo aquele que se encontrar contigo se despeça feliz. Cria à tua volta uma atmosfera de felicidade, porque tu recebeste muito de Deus, e por isso dá muito aos outros”. A isto também a santa cumpriu fielmente, mesmo tendo sofrido muito nos 33 anos que viveu. Deixou esta certeza: “O sofrimento é uma graça. Pelo sofrimento, a alma assemelha-se ao Salvador; no sofrimento, cristaliza-se o amor. Quanto maior o sofrimento, tanto mais puro torna-se o amor”.
E voltando à história do início, concluo que nada é puramente sorte. Santa Faustina escreveu: “A graça que é destinada para mim nesta hora, não se repetirá na hora seguinte”. E foi uma tamanha graça que recebi quando o meu ex-aluno me disse: “Labegalini, estou com um livro para presentear uma pessoa e vi você chegando…”. Ele leu o Diário e sabe de mais esta promessa:
“As almas que divulgam o culto da Minha misericórdia, Eu as defendo por toda a vida como uma terna mãe defende seu filhinho e, na hora da morte, não serei Juiz para elas, mas sim o Salvador Misericordioso” (Jesus Cristo).
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Eis o programa de 24 de junho:
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Livros do autor:
Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).