
Hoje irei contar duas histórias verídicas a respeito de homens que tinham pelo menos uma coisa em comum: possuíam tesouros! Um deles vivia no Peru e, o outro, na Índia.
Eduardo Aparício Rodriguez, peruano de Lima, tinha um objeto de grande valor que o fazia sentir outro homem. Era um dente de ouro puro que mandou fazer para substituir o natural, mas, um dia, ele estava numa cabine pública e, enquanto falava ao telefone, sorriu tanto que uns criminosos lhe meteram uma bala na nuca e roubaram o precioso dente. Afinal, o que tinha sido o seu maior tesouro, causou-lhe a morte!
Este triste caso desperta muitas reflexões. Quantas vezes na vida, aquilo que tanto gostamos não é a coisa que menos nos convém? Quantas vezes depositamos toda a nossa felicidade em algo que não é nada mais que simples matéria? Mesmo assim, agarramos esses falsos tesouros ao peito, fechamo-los em cofres e ficamos cheios de medo que alguém venha roubá-los! Foi isso que fez o homem desta segunda história:
Jinasa Lumpur, um camponês indiano, guardava riquezas em sua casa. Possuía três quilos de ouro, um quilo de jóias diversas e nada menos que vinte e cinco quilos de ópio. Tinha medo de ser roubado e, também, não queria ser investigado pela Polícia de Narcóticos. Portanto, para tomar conta do tesouro, colocou uma cobra em seu quarto. Melhor que um cão bravo e mais barato que um guarda armado, a cobra mantinha à distância qualquer pessoa que atrevesse roubar o referido tesouro.
Com o tempo, Jinasa começou a gostar tanto da cobra que lhe proporcionou abundante comida: as rãs mais gordas, os coelhos mais saborosos e o leite mais rico em gordura; porém, isso foi sua perdição. O homem esqueceu-se que, tal como acontece com o ser humano, se a serpente come muito, entra num sono profundo. E enquanto a guardiã do tesouro dormia, chegou a polícia e descobriu o ouro roubado e a droga. Assim, a defesa do indiano falhou e ele perdeu tudo, inclusive sua querida cobra!
Nós, homens, sempre planejamos defesas contra todos; e não são apenas defesas físicas para proteger a casa, o automóvel ou o dinheiro, elaboramos também defesas morais. Tememos as críticas e as investigações do nosso procedimento. Vivemos no temor constante de perder algum ‘tesouro escondido’ – a parte da nossa vida privada que, uma vez descoberta, arruinará o nosso prestígio. Será mesmo? Aquilo que ninguém deve saber pode ser considerado um tesouro?
Pois é, o ser humano busca valores extraordinários e grandes fortunas, mas quase sempre, despreza a sabedoria que Deus nos dá de graça: a riqueza espiritual contida na Bíblia. É bíblico o ensinamento: ‘Não ajuntem riquezas neste mundo, onde os ladrões assaltam e roubam; juntem antes riquezas no Céu, porque não há traça nem ferrugem para destruí-las. Onde tiverem riqueza, aí terão o coração.’ E quando recebemos Jesus Cristo na Eucaristia, encontramos o único Tesouro que pode entrar conosco na eternidade.
Conta-se também que em escavações na cidade de Pompéia – destruída pelo vulcão Vesúvio há mais de 1500 anos –, os arqueólogos descobriram vestígios de um homem que tentava fugir quando foi soterrado pela lava. Ele jazia na rua, agarrado a um punhado de moedas de ouro. Tentando salvar o seu tesouro, perdeu a vida.
Com tantos tesouros perdidos, precisamos sempre nos lembrar que os valores espirituais não correm riscos parecidos; por exemplo, um feirante vendia bugigangas e o outro, ao lado, vendia livros. O primeiro levantou a voz e começou a enaltecer o valor da sua mercadoria, dizendo: ‘Minhas senhoras, neste pequeno objeto, qualquer pessoa pode ver com muita fidelidade o seu semblante, bem como qualquer mancha ou imperfeição que aparecer no seu rosto.’ Claro que ele queria vender um espelho.
O outro, pegou um livro e também começou a falar da sua utilidade. Disse: ‘Tenho um objeto a vender que não reflete a cara, mas toda sua necessidade interior. Enquanto o espelho mostra apenas as imperfeições do rosto, este livro revela o mais íntimo do seu ser e o mais profundo do seu coração.’ Ao ouvirem isto, as pessoas aproximaram-se e avistaram a Bíblia Sagrada – a Palavra de Deus aos homens, que penetra na alma, purifica o espírito, dá força e esperança.
E rezemos para sermos mais afortunados de espírito cristão do que de bens materiais. Assim seja!
Paulo R. Labegalini: Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).
Livros do autor:
1. Gotas de Espiritualidade – Editora Bookba (à venda na Amazon, Americanas, Shoptime, Magalu…) – mensagens diárias de fé e esperança, com os santos de cada dia.
2. Pegadas na Areia – Editora Prismas / Editora Appris
3. Histórias Infantis Educativas – Editora Cléofas
4. Histórias Cristãs – Editora Raboni
5. O Mendigo e o Padeiro – Editora Paco
6. A Arte de Aprender Bem – Editora Paco
7. Minha Vida de Milagres – Editora Santuário
8. Administração do Tempo – Editora Ideias e Letras
9. Mensagens que Agradam o Coração – Editora Vozes
10. Projetos Mecânicos das Linhas Aéreas de Transmissão (coautor) – Editora Edgard Blücher
11. Mecânica Geral – Estática (coautor) – Editora Interciência