Lei torna exame obrigatório, logo após nascimento, em todos os hospitais e maternidades do país
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou no início de agosto a lei que torna obrigatória a realização gratuita do “Teste da Orelhinha” – exame de triagem auditiva -, logo após o nascimento, em todos os hospitais e maternidades do país. O exame, denominado oficialmente de “Emissões Otoacústicas Evocadas”, detecta deficiências de audição, até mesmo sutis, que não são percebidas no dia a dia da criança.
A fonoaudióloga Isabela Gomes, da Telex Soluções Auditivas, aplaude a iniciativa. “O Teste da Orelhinha é algo fundamental ao bebê, já que podemos identificar precocemente a dificuldade auditiva, fazer a intervenção adequada e, desta forma, evitar que problemas de audição afetem a qualidade de vida da criança. É através da audição que se inicia o desenvolvimento da linguagem. Qualquer redução na capacidade de ouvir, mesmo que pequena, impede que a criança receba as informações sonoras adequadamente”.
O “Teste da Orelhinha”, diz a especialista, é rápido, indolor, não fura a orelha do bebê e deve ser realizado após as primeiras 24 horas de vida da criança, na própria maternidade. Durante o exame, um pequeno fone é colocado no ouvido do bebê. O aparelho emite um som fraco, que percorre a cóclea. Ao detectar o sinal, os cílios do bebê se movimentam e emitem uma resposta, que é registrada pelo equipamento. Se houver problemas na audição, os cílios não se mexem e o aparelho nada registra.
Pais de crianças que não fizeram o “teste da orelhinha” devem verificar se o filho é um pouco desatento ou, já na fase escolar, se apresenta problemas de aprendizagem e notas baixas. Muitas vezes a criança pode não participar tanto das aulas porque não ouve direito e assim não consegue assimilar o conteúdo ensinado pelo professor.
“Com dificuldades para ouvir, as crianças não conseguem aprender direito. Além disso, costumam ter conflitos de relacionamento com colegas e ainda apresentar distúrbios de comportamento, como falta de concentração ou retraimento em excesso. Está comprovado que alunos com problemas de audição têm um rendimento escolar inferior e muitos repetem de ano”, explica a fonoaudióloga da Telex.
Ao desconfiar que o filho sente alguma dificuldade para ouvir, os pais devem consultar logo um especialista, que irá avaliar a causa, o tipo e o grau da perda de audição. A partir daí, é indicado o tratamento mais adequado. Muitas vezes, o uso de aparelho auditivo resolve o problema. A audição é primordial para o crescimento saudável e atualmente existem aparelhos muito discretos, específicos para crianças.
Para Isabela Gomes, “o ‘Teste da Orelhinha’ permite que se detectem perdas de audição precoces, mesmo para aqueles que não têm casos de surdez na família ou nos casos em que as mães não tiveram nenhuma intercorrência na gestação e no parto. Caso o bebê não apresente as respostas esperadas, é necessário realizar outros exames que devem ser concluídos até os 3 meses de idade”, lembra a fonoaudióloga.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, apenas de 5% a 10% da população brasileira de recém-nascidos fazem atualmente a triagem auditiva.
Fonte: EX-LIBRIS COMUNICAÇÃO INTEGRADA