Eu tenho histórias de graças alcançadas através de pedidos feitos a vários títulos da Virgem Maria e, hoje, vou contar um grande favor que consegui de Nossa Senhora do Sagrado Coração. Na verdade, o início da minha conversão eu devo a ela.
Em 1994, quando comecei a cursar doutorado na USP, eu passava a semana hospedado na casa da minha irmã, em Campinas. Sobre a mesa que eu estudava, havia uma pequena medalha que ‘me fazia companhia’ todos os dias. Antes de abrir os livros, eu dava um beijo na medalhinha e a colocava de volta.
Com o passar do tempo, achei estranho aquele lindo objeto continuar ali, porque muitas outras coisas eram deixadas e tiradas da mesa quando a faxineira arrumava a casa, mas a medalha permanecia no mesmo lugar. Um dia, perguntei à minha irmã de quem era a bonita medalhinha e ela me respondeu que, talvez, algum de seus filhos a tivesse ganho e nem se lembrava mais como veio parar naquela mesa. E completou: ‘Se quiser, pode ficar pra você’.
Naquela época, eu usava uma corrente no pescoço sem nada pendurado nela – pura vaidade! Então, coloquei a medalha e depois fiquei sabendo pela minha mãe que a imagem era de Nossa Senhora do Sagrado Coração. Soube também que, quando eu era pequeno, todos os anos íamos à festa dela no Santuário Nacional de Vila Formosa, na capital paulista.
Bem, depois que comecei a carregá-la no peito, tudo foi mudando em minha vida: passei a rezar o terço, aceitei o chamado para coordenar um ministério de música católica, me envolvi com vários trabalhos em comunidade e, principalmente, o meu coração foi se tornando mais manso e humilde – semelhante ao Coração do Filho, que Nossa Senhora mostrava-me na imagem que pendurei na corrente.
E quando percebi que a medalha estava se estragando devido ao uso, não tive dúvidas em substituí-la por outra e a guardei como lembrança da minha conversão. Às vezes, eu a retiro da gaveta, mostro a alguém que conhece esta história e explico: ‘Não é um objeto de sorte, mas devocional. Maria Santíssima não está nele, porém, por ter sido bento é sagrado e um grande sinal de Deus, além de servir de inspiração nas orações’.
Décadas se passaram e, a cada ano, posso retribuir um pouco mais da graça que recebi de Nossa Senhora do Sagrado Coração. Trabalhando na comunidade em que ela é Padroeira, procuro me esforçar no serviço gratuito e sincero para me aproximar mais do amor de Deus. E é sempre emocionante cantar o ‘Lembrai-vos’ olhando para a linda imagem da querida Mãezinha no altar.
Não vou me alongar em outros detalhes das festas de maio, mas há duas coisas que não posso deixar de comentar: o carinho em que minha família foi acolhida na comunidade e a disposição de dezenas de pessoas trabalhando alegre e incansavelmente.
Viva Nossa Senhora do Sagrado Coração!
Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).
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