É fácil concluir que tudo depende das mãos: mãos que sabem jogar tênis podem fazer fortuna; mãos que obedecem a Deus podem receber muitas graças; e as mãos do Salvador ao serem pregadas na cruz, provaram que o verdadeiro amor ao próximo nos conduz à vida eterna!
É uma pena que alguns colocam os seus problemas nas mãos de pessoas que jogam com a sorte e outros preferem usar amuletos que ‘dão sorte’; eu, entrego as minhas preocupações nas mãos de Nossa Senhora – que afasta de mim a tentação de acreditar na sorte.
E no nosso cotidiano? Vemos diariamente algumas mãos enaltecendo a vida cristã e outras insistindo em cavar a própria sepultura! Enquanto há mãos abençoadas que recebem Jesus na Eucaristia, há também aquelas que nunca pegam no terço.
Existem mãos caridosas, mas, infelizmente, existem outras que só servem para levar a comida à própria boca – aumentando a fome no mundo. Disse Jesus: “Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga.” (Mc 9, 43-44)
Há uma história de uma linda flor que nasceu no meio das pedras. Passou uma jovem e a arrancou porque achava que seria melhor cuidada em sua casa, mas, após uma semana, a flor morreu. Algum tempo depois, no mesmo lugar, a jovem encontrou outra flor igual àquela que havia apanhado. Pensando em não cometer o mesmo erro, deixou-a lá, mas veio a tempestade e a matou.
Pela terceira vez a jovem encontrou outra flor no meio das pedras. Decidiu, então, voltar todos os dias para trazer terra, regar, adubar, podar, até formar um lindo canteiro! Dessa forma, através de suas mãos – que sempre cultivavam aquele jardim -, podia apanhar flores e ainda mantinha bonitas as que ali ficavam.
Eis um exemplo de mãos que por duas vezes erraram, mas, em tempo, foram capazes de produzir uma linda obra e belas colheitas! É feliz aquele que aprende com os próprios erros e se redime – praticando o bem dentro e fora de sua casa! Todos têm essa chance e são chamados por Deus para libertarem as mãos dos pecados, mas poucos aproveitam.
Até os animais irracionais lutam desesperadamente pela vida quando ameaçados de morte e, às vezes, conseguem sobreviver graças ao esforço de suas patas, mas, o homem, chega a usar as próprias mãos para se afastar de Deus; e o pior: não se arrependendo e não se convertendo, jamais verá a Deus!
Conta-se que um fazendeiro caiu da sela quando passeava montado num de seus melhores cavalos. Furioso, empurrou o animal num buraco bem fundo, chamou o capataz e ordenou que o soterrasse. Logo vieram mais alguns empregados e começaram a jogar terra no local; no entanto, assim que a terra caía sobre o cavalo, ele se sacudia e ia pisando sobre ela.
Logo os homens perceberam que o animal não se deixava soterrar e estava subindo à medida que a terra caía, até conseguir sair. Preocupados com o castigo que receberiam do patrão, levaram o cavalo para longe e disseram que o haviam sacrificado – como lhes fora ordenado. Apesar da mentira, aprenderam que as mãos que condenam são as mesmas que salvam!
Eu também aprendi que estas minhas mãos – que agora escrevem este artigo – podem ser muito mais úteis rezando por alguém que precisa sair do fundo do poço, do que apontando os erros que eventualmente essa pessoa cometeu. É importante denunciar as injustiças, mas sempre pedindo a Deus que nos dê força e dignidade cristã para aceitarmos as provações.
Agradeço ao Pai pelas minhas mãos perfeitas quando há tantas mutiladas. Agradeço pelas minhas mãos abençoadas que trabalham quando há tantas que mendigam. Agradeço pelas minhas mãos fervorosas que rezam quando há tantas que fraquejam na fé. Agradeço pelas minhas mãos sadias que tocam um instrumento na missa quando há tantas que pegam em armas.
Agradeço também a Nossa Senhora – a quem consagrei a minha vida – por conduzir as minhas mãos pelos caminhos do bem, da verdade e do amor. Que Ela ajude a colocar o futuro desta nação mariana nas mãos das pessoas certas. Assim seja!
NOTA: Leia o livro “O Evangelho Secreto da Virgem Maria”, escrito pelo padre espanhol Santiago Martín e publicado pela Editora Mercuryo (em parceria com a Paulus). Vale a pena ocupar suas mãos com esse texto maravilhoso!