Mesmo doente e passando por vários tratamentos e cirurgia, Fernando se mantinha alegre, otimista e, principalmente, não reclamava de quase nada. Sei que foi um quadro triste para os amigos e parentes ver a doença ir debilitando o nosso querido estudante de dezenove anos, mas, ao mesmo tempo, ele e sua família nos deixaram exemplos de como carregar uma pesada cruz com solidariedade, fé cristã e dignidade humana.
Na semana que Deus o levou, eu estive com ele no Hospital Vera Cruz, em Campinas. Cheguei na terça de manhã para fazer uma cirurgia de hérnia e fui logo ao seu quarto. Lá estava ele com seus pais e com os anjos que o protegiam. Até que o enfermeiro me chamasse para a preparação cirúrgica, conversamos um pouco.
Iluminado pelo Espírito Santo, disse-lhe que Deus não manda doenças pra ninguém, muito pelo contrário, sempre nos abençoa com curas e libertações. Expliquei que se a graça não chega da maneira que esperamos, é porque o nosso Criador nos está reservando uma bênção ainda maior: a vida eterna junto Dele no Paraíso.
Seus pais, sempre falando em Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, tiveram forças para ficar ao lado do filho até o último suspiro! E, até hoje, falam com muito carinho da proteção que receberam da nossa Santa Mãezinha, pois sabem que ela continua cuidando do filho deles lá no céu.
No dia seguinte, já de alta médica após a minha abençoada operação, retornei ao quarto do Fernando e rezamos uma Ave-Maria de mãos dadas. Pedi a Nossa Senhora que ficasse ao seu lado e não o deixasse sofrer.
Antes de ir embora, recomendei ao Fernando que recebesse Jesus Cristo na Eucaristia diariamente e deixei a oração de Nossa Senhora da Agonia para que rezasse. Ele agradeceu, dei-lhe um beijo na testa e, com um sorriso, desejei que permanecesse com Deus no coração.
Naquele final de semana, já em Itajubá, quando liguei ao hospital para saber dele, seu pai disse-me que o filho se encontrava em coma, mas, por iniciativa própria quando ainda consciente, ele pediu a oração de Nossa Senhora, rezou e ficou algum tempo segurando a linda imagem da nossa Rainha nas mãos.
Não posso deixar de contar que quando fui chamado para a cirurgia, ainda no quarto do Fernando, disse a ele que a vontade de Deus poderia ser me levar deste mundo antes dele e, então, combinamos: ‘quem for primeiro intercederá ao Senhor pela paz do outro aqui na terra’.
Agradeço ao meu exemplar amigo Fernando por estar intercedendo por mim lá de cima.