“Universo foi pensado! Essa afirmação provoca um pouco os ateus. É preciso passar pelo degrau da lógica para subir até Deus, mas partir para o extremo e julgar que o universo surgiu do acaso, isso é um absurdo. Eu estava passando por uma cidade e testemunhei uma gráfica explodindo. Houve material para todos os lados, os papéis e tintas foram se misturando no ar até formar um livro, um livro prontinho que caiu na minha frente. Eu levei esse livro para casa, estou lendo.
Claro, não há probabilidade de um conto como esse ser verdade. Alguém precisa preparar o livro. Eu mesmo já escrevi alguns e sei que exige um complexo processo para criação e publicação de uma obra. Mas eu garanto, é mais fácil essa história que eu acabei de contar ser real do que uma explosão ir de um tanto de átomos aleatoriamente até formar a enciclopédia universal.
Este livro da criação que está agora diante dos nossos olhos só existe porque alguém escreveu e/ou publicou. Um bloco de pedra é jogado montanha abaixo, vai rolando, rolando, se partindo até chegar ao solo, transformado na escultura do Davi. É possível? Claro que não. Foi necessária a mão de Michelangelo. Joga um pedaço de tela misturado com tintas para o alto, espere cair a Mona Lisa. Impossível sem o talento de Leonardo da Vinci. Somente os que acreditam nessas obras do acaso podem crer que nós e o universo temos de sucessivas coincidências. Supor que a natureza é acidental fere a lógica da inteligência. É a mesma insensatez que acreditar que um incêndio num depósito de sucatas fundiu metais, vidros, plásticos e resultou num avião com pista e piloto prontinho para voar.
Pergunta que os ateus gostam de fazer em seus argumentos: se houve um princípio, quem principiou o princípio? Se há um Criador, quem criou o Criador? Eu respondo que nada tenho contra essa pergunta. Com essas perguntas, a mente humana é livre para indagar sobre o que quiser. A pergunta pode até ser interessante, mas é inoportuna. É como se alguém se interessasse em saber sobre os seus antepassados, mas nada soubesse ou quisesse saber sobre seus pais. Isso é uma desculpa da mente para não pensar. Vamos por etapas. Primeiro, conheça quem criou o universo que você está vendo. Depois, pode pensar no que vem ou veio antes.”
Pensamento de Jarbas Mattos*
*Escritor, palestrante, docente da Fundação Logosófica do Rio de Janeiro