Durante uma palestra, um professor amigo pediu a palavra e expôs um conto interessante. Falou de uma donzela que encontrou um sapo na floresta, que lhe disse:
– Se me beijar, deixarei de ser sapo e me transformarei num competente professor.
Ela o levou para casa e passou a cuidar dele. Algum tempo depois, o sapo perguntou-lhe:
– Você não vai me beijar para nos casarmos?
– É claro que não! – respondeu ela. – Posso ganhar muito mais dinheiro com um sapo falante do que com um professor.
Bem, isto caracteriza a desvalorização da nossa carreira em todos os níveis, mas o enfoque aqui é outro. Quanta gente agradece o pouco dinheiro que ganha e dignifica o trabalho que tem! Há pessoas que lutam dia e noite pela sobrevivência e nunca reclamam! A melhor explicação para isso está na espiritualidade que conquistaram.
E segundo um sacerdote, em outra palestra que nos proferiu, existem alguns aspectos relevantes da espiritualidade:
1 – Não receber a graça de Deus em vão: é preciso caminhar na fé e servir o próximo, produzindo frutos na evangelização.
2 – Saber partilhar: Jesus era rico em amor e dividiu seu tesouro com os pobres. É um exemplo que precisa ser imitado.
3 – Ter compaixão: sempre expressar aquilo que apaixona o nosso humilde coração.
4 – Superar fraquezas: com oração, viver uma grande experiência Divina nas tribulações.
5 – Abandonar-se em Deus: confiando na Eucaristia e nas promessas de Cristo. Abraão e Sara tiveram filho com mais de 90 anos!
Dizemos que os homens são como pássaros: voam de dia e voltam ao ninho à noite. O problema é que o ‘dia’, às vezes, significa anos de escuridão para o ser humano. O importante, então, é disponibilizar tempo para o coração. Se estivermos envolvidos com bons propósitos, a chama de amor nunca se apagará.
São Paulo escreveu que ‘quem semeia pouco, colhe pouco; dê conforme seu coração decide’. E não podemos esperar sempre os mesmos resultados porque, como na ‘Parábola do Semeador’, cada semente depende do terreno em que foi lançada. Se o solo for fértil em esperança, a semente germinará.
O mesmo Paulo falou: “Quando estou fraco é que sou forte!” Com certeza, se referiu ao amor de Cristo que nos congrega como irmãos. Costumo afirmar que, infelizmente, a doença deste século é a vaidade. Quando tudo dá certo, dizemos: ‘Eu fiz!’; e desprezamos a graça de Deus e a ajuda de tantos aliados que, na fraqueza, são pilares para a nossa sobrevivência.
No século XIX, um grande pregador foi convidado a discursar para o rei e, quando ia começar a reflexão que havia preparado, ‘deu branco’! Ele, então, pregou falando de sua fraqueza e de como era pequena a sua sabedoria. Assim, realizou uma das melhores oratórias de sua vida e encantou a todos. Pois é, sem vaidade, tudo flui melhor.
E ainda lembrando do que nos disse o sacerdote, se com todo pecado que existe no mundo não conseguimos acabar com a Igreja, é porque ela é verdadeiramente santa e encabeçada por Cristo! A segurança que precisamos para viver deve ser fortalecida por meio da espiritualidade, e a Igreja é a ponte entre Jesus e os homens de fé. O que vem de Deus, chega a nós através dos ensinamentos precisos da Igreja.
A Bíblia mostra as pessoas como eram: com suas fragilidades e seus pecados. Retrata a Verdade! Jesus teve até prostitutas e ladrões como antepassados distantes, o que prova que a santidade pode ser alcançada em qualquer condição de existência; mas cuidado: ninguém toma o Céu por assalto! Embora o Paraíso não deva ser almejado somente por santos, somente nele chegará quem se aproximar de Deus aqui na Terra. Por exemplo: quem acolhe o próximo com amor e caminha na fé, está próximo do Senhor.
E Deus nos ama tanto que não nos poupa de sofrimentos para crescermos em espiritualidade. Nas situações adversas, se desejarmos, acumulamos muitos tesouros no Céu. Posso falar por mim que, com tantas doenças e brigas em família, aprendi grandes lições. E as recompensas têm sido maravilhosas, como também aconteceu no final da semana passada em Curitiba.
Um outro dia, um padre (Maikol) convidou-me para dirigir umas palavras à assembleia que participava da missa na linda igreja de Sant’Ana, na Paróquia de Abranches. Já é a quarta vez que faço uma ‘pequena homilia’ na Celebração da Eucaristia e, confesso, não é fácil. Aceito porque sou chamado a testemunhar o amor de Deus por nós.
Mas, isso é valorizar a espiritualidade ou cultivar a vaidade? Se eu não rezar e me policiar cada vez mais, posso cair em tentação e inverter os valores. Pode até parecer estranha esta colocação: a vaidade e a espiritualidade caminham muito próximas de nós a todo momento; porém, quanto mais crescermos em espiritualidade, mais nos afastamos da vaidade. É uma luta constante!
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Livros do autor:
Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).