Caro leitor!
Na minha adolescência e início da minha juventude, consegui identificar um pensamento que habitava minha mente e aparecia vez ou outra.
Toda vez, quando estava por findar o dia, especialmente se fosse um domingo, um pensamento manifestava com expressões como: “Ah não! Amanhã tenho de acordar cedo! Tenho coisas a fazer!“
Em feriados então, caso surgisse alguma tarefa a ser feita, ei-lo que se manifestava igualmente: “O que é isso? Hoje é feriado, não tenho de fazer nada! “
Observava a minha avó, já idosa, sempre preparando café, lanches e almoço para muitas pessoas. Em tais circunstâncias, esse pensamento também aparecia na minha mente para fazer alguma manifestação: “Para que isso? O que a move a estar sempre disposta?”
Ao ver meu avô levantando-se nas madrugadas, diariamente, para ir à fazenda, ficava de novo reflexiva, com esse pensamento presente.
Enfim, era um pensamento contrário à atividade.
Ao longo dos anos, com os estudos logosóficos e a ampliação do meu conceito de vida, além de uma maior observação da natureza à minha volta, fui formando uma convicção que mudou de forma definitiva aquela condição interna, não dando mais chances para o surgimento daquele pensamento.
A natureza dá evidências claras sobre a linguagem divina, demonstrando que tudo está em atividade constante ao nosso redor, sejam os rios com suas águas correntes, os pássaros com seus voos incessantes, os animais nas migrações pelo mundo e tantos outros exemplos.
O conceito logosófico de que vida é atividade consolidou-se em mim. Isso foi desfazendo aquele pensamento que insistia em aparecer. Acordo pelas manhãs, todos os dias, com disposição e gratidão, sem nenhuma reclamação. A oportunidade de estar viva enche-me de alegria e faz com que eu aproveite cada minuto da minha vida. Dessa forma, tenho sentido que estou em sintonia com a linguagem divina.
Um pensamento de Graciele Segantini