Vou iniciar escrevendo alguns tristes momentos vividos por uma família – para poder concluir com palavras de esperança e salvação.
Era véspera do aniversário de Jesus e o marido fazia a barba no banheiro quando a esposa se aproximou e, olhando-se no espelho, falou:
– Estou me achando tão feia, velha, gorda, enrugada! Preciso de um elogio seu, meu bem.
– Você está enxergando perfeitamente – disse ele.
Ela retirou-se furiosa e foi montar a árvore de Natal. Pouco tempo depois, foi a vez dele se aproximar e, querendo a reconciliação, comentou:
– Estas luzes coloridas que comprou são muito bonitas, não? Como é lindo vê-las assim: acendendo e apagando sem parar! Se você fosse compará-las à nossa família, em tamanho e cores, qual seria eu?
– Você seria esta minúscula que está queimada!
Bem, já deu para imaginar o clima que viveram naquele final de ano. E quantos casais brigam a toda hora por coisas banais como essas, não é verdade? Uns não se respeitam, outros não se amam e, o que é pior, vivem uma vida de mentiras. Será que não sabem que amar se aprende amando e perdoar se aprende perdoando?
Parece que é tão fácil entender que, no casamento, ninguém é feliz sozinho! Se um não proporcionar a felicidade ao outro, as incompreensões aumentarão e até atos de vingança podem ocorrer. Há explicação para isso? É claro que sim!
Com certeza, falta Deus nos corações de quem vive assim. Se rezassem o terço em família e recebessem sempre os Sacramentos da Confissão e da Comunhão, seriam rapidamente curados. E quem achar que estou simplificando demais a ‘receita de paz no lar’, confira se isto não é verdade: casais que brigam sem parar estão afastados da Igreja. Pelo menos, um dos dois, certamente está!
Embora só Deus possa julgá-los com plena justiça, temos o dever de estender as mãos para aqueles que precisam e querem ajuda, porque é muito triste ver famílias se desestruturando por falta de oração e perseverança na fé cristã. Li um testemunho assim:
Saulo tinha uma família bonita, mas andava preocupado com a falta de diálogo dentro de casa. Cada um estava ocupado com seus próprios afazeres; quando todos estavam presentes, não encontravam tempo para ficarem juntos porque cada um ia para o seu quarto. Uma bela noite, Saulo desligou o relógio da luz! Foi um corre-corre para ver o que tinha acontecido e, enquanto isso, ninguém podia ver TV ou ligar o som. Saulo, então, convidou a todos para conversarem e, somente após o tempo gostoso que passaram juntos, ele confessou o que havia feito. Foi uma tática meio drástica, mas funcionou.
Será que o mesmo não acontece frequentemente na sua família? É preciso faltar energia elétrica para um ficar perto do outro? Alguém é mais importante em casa do que a televisão ou o computador? Eis outra história:
Lena estava dirigindo no centro de uma cidade grande quando o sinal fechou e ela foi surpreendida por um rapaz que chegou dizendo: ‘Eu sou homossexual sim, mas preciso muito de ajuda’. Ela, então, meio assustada, disse a ele que não agisse mais daquele modo, que ele era uma pessoa especial e que Deus o amava como era. O rapaz mudou de fisionomia, começou a chorar e Lena pode ver como ele se sentia desvalorizado. Quando o sinal abriu, o jovem agradeceu antes de partir.
É, infelizmente, quase sempre falta uma palavra amiga a quem pede ajuda. Valorizar a vida de um irmão que está se sentindo um lixo é muito mais importante do que doar alguns trocados para se ver livre da pessoa, concorda? Sim, é claro que todos concordam, mas poucos agem com compaixão.
Também é por isso que a Igreja nos convidou para rezarmos juntos na Semana da Família: ‘Que todos os filhos e filhas encontrem sempre o apoio para o seu crescimento espiritual, moral e religioso, solidificado no amor, na verdade e no diálogo, através da unidade que vem do Senhor. Amém!’
Não podemos nos esquecer que é o próprio Jesus quem nos dá força e nos chama para junto dele: “Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 5). Estas são palavras de vida e salvação, portanto, basta nos unirmos a Cristo para vivermos felizes e sermos modelo de família cristã.
Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).