Um amigo me enviou estes dois parágrafos:
Sonhe, mas não deseje ser quem não é – isso é pesadelo! Almeje, mas não queira uma vida igual à do outro – isso é tristeza! Imagine, mas não fantasie com o que não pode ter – isso é loucura! Dispute, mas não tente vencer o invencível – isso é suicídio! Fale, mas não apenas de si próprio – isso é egoísmo! Apareça, mas não se mostre com orgulho – isso é exibicionismo! Admire, mas não se machuque com inveja – isso é falta de amor!
Avalie, mas não se coloque como modelo de conduta – isso é egocentrismo! Alegre-se, mas não com alarde – isso é desequilíbrio! Elogie, mas não se desmanche em bajulações – isso é hipocrisia! Observe, mas não faça julgamentos – isso é pecado! Chore, mas não se declare um ser infeliz – isso é falta de esperança! Ande, mas não atravesse o caminho alheio – isso é invasão! Viva feliz com o que pode ter e com o que pode ser – isso é paz!
Bem, se a conduta do homem fosse mais lógica e menos psicológica, ninguém plantaria a própria infelicidade. Sabendo que iria sofrer, seria muita idiotice se enfurnar no pecado até chegar ao fundo do poço, porém, é exatamente assim que muita gente vive: quanto mais se afunda, mais pecado comete!
Você gostaria que Jesus perdoasse tudo, fazendo de conta que não se importa com nada de errado em sua vida? É irônico a gente deixar Deus de lado e depois se perguntar por que o mundo está um inferno… acreditar em tudo o que os amigos dizem e pôr em dúvida o que diz a Bíblia… ou dizer ‘creio em Deus’, mas seguir o demônio… ou mesmo amar Cristo aos domingos, mas ser um cristão omisso no resto da semana!
Que irônico estar mais preocupado com o que os outros pensam de nós e magoar tanto Jesus, que morreu para nos salvar! Amando a Deus sobre todas as coisas, Ele continuará sendo justo com as belas promessas que nos fez e tudo será mais fácil – com paz de espírito no coração. É tão simples quanto esta história:
No primeiro milênio, a carta de um rei foi interceptada por um súdito e, devido seu conteúdo confidencial, deu início a uma chantagem – cobrando pelo silêncio e estipulando um alto preço pela devolução. O monarca pagou os melhores investigadores para conseguirem reaver a carta, mas, apesar de destruírem imóveis e cavarem buracos, nada conseguiram.
A curiosidade do rei foi se tornando maior do que a raiva, e o levou a propor ao chantagista: ‘Não me interessa o seu silêncio. Pago o dobro do que pede, mas para me levar onde escondeu a correspondência’. O súdito aceitou a proposta, pegou o dinheiro e conduziu o rei à sua casa. Em cima da mesa da cozinha, entre guardanapos e frutas, estava a carta.
Este conto retrata o quanto as respostas estão à vista de todos. Não existe nada que a Palavra de Deus não explique. Normalmente colocamos as questões muito longe do nosso alcance e fica faltando conhecimento para solucioná-las, mas a Bíblia nunca está distante demais de nossas mãos. Por isso é fácil explicar o porquê tanta gente procura um sacerdote para se aconselhar. Ele se inspira nas Escrituras Sagradas e conta com a ajuda do Espírito Santo.
Pois é, como disse o fundador da Sociedade São Vicente de Paulo: “Os maiores homens e mulheres são aqueles que nunca avançaram o plano do destino, mas que se deixaram conduzir pela mão da Providência Divina” (Beato Antonio Frederico Ozanam). São maiores porque herdarão o Reino de Deus e descansarão em paz. Aliás, muitos almejam descansar em paz na eternidade, mas jogam fora o ambiente de paz a cada dia.
E paz não é sinônimo de alegria. Mesmo vivendo em paz, a felicidade não é completa para aqueles que se preocupam com o sofrimento dos pobres. São Francisco de Sales escreveu: “O calvário é a montanha das pessoas que amam”. E sabendo que quem ama reza pelo próximo e pratica a caridade, poderemos viver grandes momentos de paz e dividi-la com muitos irmãos também. É preciso não se esquecer que toda posse material é contrária à esperança de quem nada tem.
E dizem ser verdade que um príncipe cresceu tentando realizar uma tarefa que seu pai lhe deu. Precisava separar as joias verdadeiras das falsas sem a ajuda de ninguém. Tudo estava num grande baú: tanto os grandes tesouros quanto as bijouterias. E o herdeiro do reino passou anos estudando o valor de cada peça.
Quando ficou moço, ele concluiu a missão e apresentou o resultado ao rei. Então, seu pai lhe perguntou quais joias deveriam dar aos pobres para amenizar suas dívidas. O príncipe rapidamente respondeu:
– As mais caras, meu pai. O que poderiam fazer com as bijuterias senão enfeitar o próprio corpo?
– Muito bem, faça isso, meu filho – respondeu o rei. – Mas, quando este tesouro for entregue, lembre-se que existe um outro muito maior dentro de você. Não o guarde para si, divida seus valores com todos: o amor, a justiça, a humildade, a verdade e o perdão. Enquanto você aprendia a separar as joias, eu aprendi a selecionar as melhores virtudes humanas. Oferecendo isso às pessoas, você reinará em paz!
Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).