Numa palestra, contei a história de um artista que, após inúmeros e belíssimos trabalhos, queria pintar a sua melhor obra. Procurando um motivo para o quadro, perguntou a um sacerdote: ‘Qual é a coisa mais bela do mundo para eu retratar?’ E recebeu a resposta: ‘A fé, meu filho, é a coisa mais bela do mundo!’
No outro dia, perguntou a mesma coisa a uma jovem noiva, que lhe disse: ‘O amor enriquece os pobres, suaviza as lágrimas e torna tudo muito mais belo!’ E, para concluir a pesquisa, resolveu consultar também um soldado que cruzou seu caminho. Ele, cansado das batalhas, desabafou: ‘A paz é a coisa mais bela do mundo. Sem dúvida, onde você a encontrar, será mais feliz.’
E o artista ficou refletindo com as respostas que obteve, sem saber como pintar a fé, o amor e a paz numa só obra. Ao chegar em casa, percebeu o amor brilhando nos olhos da esposa, a paz irradiando das ações dos filhos e a fé que ele próprio tinha no coração. Assim, o grande pintor colocou no quadro a obra prima que tanto sonhou: a sua família!
Que bela conclusão! No encontro de casais da palestra que me referi, percebi que tudo de bom ou de ruim começa na família e temos que lutar pela paz em nossos lares. Procurando orientar quase quarenta casais a buscarem o amor de Deus a qualquer custo e a colherem os frutos do amor, a Virgem Maria esteve sempre nos abençoando e nos conduzindo a maravilhosos encontros com Cristo.
Vivemos grandes emoções e aprendemos muito, como o menino que olhava a avó escrevendo numa folha de caderno e puxou conversa:
– Vó, você está contando uma história?
– Estou escrevendo sobre você, porém, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Quando crescer, quero que você seja como ele.
– Mas ele é igual a todos os outros que já vi!
– Tudo depende do modo como você olha as coisas, querido. Há cinco qualidades nele que, se conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo. Primeiro, você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma mão que guia os seus passos. Essa mão nós sabemos que é de Deus e devemos nos deixar conduzir por ela.
– Como um lápis, vó?
– Sim, como este lápis. E eis a segunda qualidade dele: de vez em quando, eu preciso parar o que estou escrevendo e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas, no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o ajudarão a ser uma pessoa melhor.
– E a terceira qualidade?
– O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que erramos. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente vergonhoso, mas algo importante para nos manter no caminho de Cristo.
– Pedindo perdão, vó?
– Exatamente, e com humildade! Preste atenção agora na quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou a sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.
– O meu coração fica dentro de mim!
– Sim, e também sua fé! Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços e procure ser consciente de cada ação.
– Puxa, eu nunca havia pensado tudo isso do lápis que a senhora está usando. Como ele é importante!
– E você é muito mais do que ele, meu netinho. A sua geração estará definindo o futuro do nosso planeta, portanto, reze e peça a Deus que nunca falte em você: o amor, a fé e a esperança. Vou deixar tudo isso escrito aqui nesta folha para você não se esquecer das cinco qualidades do lápis.
– Não vou esquecer nadinha e quero contar pra todo mundo também. Prometo!
Pois é, se podemos tirar várias lições no uso de um simples lápis, o que dizer do estudo bíblico? Todos os ensinamentos para a nossa felicidade e salvação estão nas páginas sagradas! Então, responda: você quer ser feliz por algum tempo ou eternamente? Confiando na sua inteligência, sei que disse: ‘para sempre!’; então, aprenda a viver a Palavra de Deus a cada dia e não deixe ninguém desviar a sua atenção – centrada na oração e na família!
Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).
Livros do autor: