Com certeza você já ouviu as seguintes frases capacitistas:
“O Rafael nem parece que tem Down!”
“Pessoas com Down são eternas crianças”
“O grau do Rafael é leve!”
“As pessoas com Down são especiais!”
Esse ano, o tema global para o Dia Mundial da T21 (síndrome de Down) foi “Chega de Estereótipos” ou “Chega de rótulos”.
Infelizmente a sociedade “rotula” as pessoas com a T21 como pessoas incapazes de se alfabetizarem, que são eternas crianças, que são “anjinhos”, que jamais serão capazes de trabalharem, de serem autônomas e independentes, algumas até dizem que são doentes. Rotular esses indivíduos só prejudicam no desenvolvimento delas e só criam falsos paradigmas. Temos que entender que não são “os cromossomos” que determinam as potencialidades das pessoas ou definem o futuro de uma criança ou jovem com a T21.
Atualmente vivemos em uma sociedade extremamente veloz, que os jovens têm pressa, que tudo tem que ser para ontem, onde não é admitido ser “devagar”, e que, por isso as pessoas com deficiência são vistas como “improdutivas”, e por consequência acabam sendo excluídas, já que em grande parte, possuem certas limitações que não permitem que elas sejam tão “rápidas” como as pessoas ditas “normais”. Estamos vivenciando um momento em que as redes sociais criam ilusões e fantasias de um Mundo “Alice no país das Maravilhas” apresentando uma inclusão, que de fato, em muitas delas é só para “inglês ver”, só para “cumprir tabela” e fugir de multas e penas, já que a Inclusão hoje, está na Lei…
Não quero aqui, fazer críticas ou encontrar culpados, até porque não somos os donos da verdade, mas o objetivo é que possamos trazer à tona reflexões, que na maioria das vezes é a própria família que permite a sociedade rotular nossos filhos com algum tipo de deficiência. É tentar enxergar esse “mundo” por outro prisma, é, muitas vezes tirar a “bunda da cadeira” e tentar fazer a nossa parte, mesmo que seja do tamanho de um grão de mostarda, pois nossas atitudes – como citado por *Ralph Waldo Emerson, “Suas atitudes falam tão alto que eu não consigo ouvir o que você diz” – por menor que elas sejam, podem mover montanhas e transformar a nossa casa, a nossa cidade, o nosso país e o mundo melhor, mais justo, com menos rótulos, mais oportunidades e mais empatia.
Essa é uma longa jornada, com inúmeros desafios e obstáculos que podem ser superados, se acreditarmos mais em nossos filhos com deficiência, mas principalmente se acreditarmos mais nos desígnios de Deus e colocar sempre como prioridade o AMOR.
“Não importa a pergunta! A resposta é sempre o amor.”
Eduardo Hideo Sato
Pai do Rafael Gomes Sato de 12 anos e que tem a T21
@t21arenapark
* Ralph Waldo Emerson (25/05/1803 – 27/04/1882) foi um famoso escritor e filósofo americano