Tolstói conta sobre dois anciãos que viajaram a Jerusalém e se separam durante o percurso, pois um sempre parava para auxiliar aos necessitados. O outro, focado no objetivo, rapidamente concluiu a viagem e retornou ao lar. No reencontro, o que não concluiu a viagem disse ter se transformado no caminho, já o segundo alcançou o objetivo, mas retornou desiludido. Às vezes a viagem é o caminho e não a chegada. A agitação do mundo moderno, nega o caminho e vende a idéia de “chegadas”, afastando do viver essencial e da realização na simplicidade.
Cada vez mais virtual, não importa mais gostar ou não do que faz, o homem está obsoleto, não consegue mais processar informações. A criança diante do videogame toma decisões rápidas e na frustração de não superar a máquina, molda seu futuro. Já se fala em downloads de cérebro num novíssimo e atualizado corpo humano virtual que seja capaz de viver a partir dos desejos e sonhos do outro… Fundamental lembrar o sábio Inácio de Loyola:
“Não é o muito saber que sacia e satisfaz a alma, mas o sentir e saborear as coisas internamente”.
Sobre a família, enquanto não abandonarmos o pronome possessivo (meu, minha) não vai. Somos SERES humanos e não TERES! Jesus Cristo, representante do humano avançado nos lembrou: A FAMÍLIA É HUMANA. Estamos aqui para viver e não apenas existir. A família pronome é genética, mas a família humana é cósmica e fundamenta o universo que habitamos. Jesus toca nesse ponto quando pergunta:
“Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”
Vide:http://www.youtube.com/watch?v=Tan8G8LB5wY
As crianças aprendem com exemplos sendo necessária maestria para formar sem deformar, nutrir sem engordar e amar sem mimar. O mimado, desgraça social, é prejuízo para a família maior. Pais que não atrapalham já estão ajudando. Quintana aprendeu com as crianças:
“Todos esses que ai estão atravancando meu caminho, eles passarão…
eu passarinho!”
Em uma redação com o tema: “O que você gostaria de ser?”, a criança que gostaria de ser uma televisão, discorre sobre as inúmeras vantagens do aparelho na medida em que recebe toda atenção da família, sendo disputado por todos em detrimento de um tempo de conversa e partilha de qualidade!
Se for presentear, presenteie com perdão, compreensão, gratidão e amor. Caso isso seja desconfortável, reflita sobre quanto de você é ter e quanto já é SER.
E você gostaria de ser uma televisão?