Mas afinal, a mente se nutre? Claro que sim! Nesse sentido é importante pensar bem o cardápio oferecido pela mídia. Sim, pois a idade “mídia”, diferente da idade média, pede atenção e discernimento. Agência transformadora de dimensões incalculáveis, as mídias hoje são subutilizadas como instrumentos de emancipação, mas muito bem como ferramenta de alienação.
Em “Seis propostas para o próximo milênio” Italo Calvino ensina na quarta proposta (visiblidade):
“Hoje somos bombardeados por uma tal quantidade de imagens a ponto de não podermos distinguir mais a experiência direta daquilo que vimos há poucos segundos na televisão. Em nossa memória se depositam, por estratos sucessivos, mil estilhaços de imagens semelhantes a um depósito de lixo, onde é cada vez menos provável que uma delas adquira relevo.”
É preciso atenção, pois a repetição constante de estímulos acostumam ou sedam nossos sentidos sem que sequer possamos nos dar conta de que isto esteja acontecendo. Este processo de repetição, muito explorado em recursos de subliminaridade, neurolinguística e neuromarketing não apenas promovem o consumo, mas também conduz e sugestiona a opinião pública sobre o que é “melhor” para ela. Esse leviatã aliado ao senso comum oferece risco e pode mesmo devorar o que resta de único em você, enquanto sentido diretor de sua breve existência.
Os circuitos cerebrais que se ativam quando se vivencia, se assiste ou se lembra de um determinado acontecimento são os mesmos. A repetição da violência acostuma os sentidos de forma que passamos a achar normais situações que não são humanamente aceitáveis.
Existe íntima relação entre a função imune e estímulos visuais. Já se demonstrou a variação de anticorpos salivares entre grupos de pessoas submetidas a conteúdos violentos e de altruísmo, e como aqueles diminuem nos primeiros e aumentam nos segundos. Como você acha devem ser os níveis de anticorpos de pessoas acostumadas à violência banalizada da atualidade? Assim que nos conscientizamos deste tipo de informação seremos cada vez mais saudáveis, teremos melhores pensamentos e melhor qualidade nos assuntos a serem conversados com nossos semelhantes. Os ouvidos de nossos semelhantes devem ser vistos como um templo e devemos pensar muito antes de falar algo que possa contaminar sua paz interior.
Há crescentes evidências no campo da psico-neuroimunologia que as emoções positivas e o apoio social são associados ao melhor funcionamento dos sistemas imunológico e cardiovascular, e que o caminho inverso também é verdade, ou seja, a depressão e o isolamento social pioram a saúde, retardando a recuperação da saúde.
Entre as 18 e 23 horas, o cultivo do hábito da leitura e da audição musical contemplativa são fortificantes de primeira linha para um cérebro saudável. Isso é especialmente válido para aqueles que apresentam dificuldade de sono, dores de cabeça, assim como problemas de memória típicos de quadros demenciais.
Como você utiliza o horário acima, o mais nobre que dispomos para rever o dia em recolhimento ou compartilhar experiências com aqueles que nos amam e se interessam pelo nosso desenvolvimento como seres humanos? Esse horário para você é nobre ou pobre?