No dia três de março de 1953 no bairro de Quintino Bocaiúva zona norte do Rio de Janeiro, nasce Artur Antunes Coimbra, filho do Sr. Antunes imigrante de Portugal, casado com Dona Matilde. Uma família com o DNA do futebol, pois Zico foi crescendo em meio a vários craques de futebol com passagens a grandes clubes. Os irmãos Nando, Tunico, Antunes e Edú, sendo Edú o que atingiu mais fama em relação à carreira de jogador de futebol, pois jogou em grandes clubes e segundo a família não foi tri campeão mundial em 1970 em função também de uma perseguição dos militares da época pelo fato de ser irmão de Nando, que na oportunidade era fichado pela inteligência dos quarteis da ditadura. Nando também jogador, no passado foi professor em uma instituição criada pela esquerda da época e mesmo chegando a jogar até em Portugal, a perseguição da ditadura militar acabou com sua carreira de maneira prematura. Com isso, Zico foi crescendo em meio a seus irmãos e uma família em que o futebol corria no sangue. Em 1967 o radialista Celso Garcia que era amigo da família ao assistir uma partida de Zico em um time amador, em que aquele menino franzino marcou 10 gols, Celso Garcia resolveu leva-lo para a escolinha do Flamengo. Um momento histórico, pois ai nasce para o clube mais popular do Brasil, um personagem que chegaria a ser o Rei Arthur da Gávea. Zico estreou no time profissional somente em 1971 e não ao acaso contra nada a mais e nada a menos que o Clube de Regatas Vasco da Gama. Mas Zico somente se firmou no time em 1974 quando eu, um menino também franzino, cheios de sonhos começava sua historia como torcedor fanático pelo Flamengo. Minha historia como torcedor se mistura com o inicio da historia de meu grande ídolo. Pois em 1974, Zico estourava como um craque do futebol, decidindo jogos e chamando a atenção da mídia e dos adversários. Assim, esse grande jogador foi crescendo não somente como profissional de referência, mas também o homem íntegro, líder de seu grupo de trabalho e também da categoria dos jogadores profissionais que tinham pautas de conquistas como a do fim da escravidão para os profissionais do futebol como era considerada na legislação da época. Também ali se notabilizava o homem de família casado com aquela namorada que viveu os momentos ainda de restrições financeiras naquele subúrbio do Rio. Juntamente com Sandra, ali construía uma referencia também de família. Minha adoração como torcedor foi aumentando tanto quanto os demais 40 milhões de torcedores fanáticos pelo Flamengo. Logo no inicio de carreira já começou a ser convocado para a seleção Brasileira e com a amarelinha fez história que por ironia do destino não conquistou títulos, mas ficou considerada como uma das melhores seleções de todos os tempos, fazendo parte de uma geração onde tinha Falcão, Cerezo, Batista, Júnior, Leandro, Sócrates, Éder, Careca entre outros. Depois de uma passagem pela Itália, em 1985, Zico volta ás suas origens, sendo repatriado ao Flamengo em uma festa sem igual. Era uma nação de súditos voltando a poder reverenciar em sua casa aquele Rei que na verdade jamais deixou seu trono. No seu retorno, em uma partida pelo campeonato Carioca em jogada totalmente desleal do jogador Marcio Nunes do Bangu, criou um calvário no restante da carreira de Zico, pois a partir de várias cirurgias, suas condições físicas, mais precisamente o joelho, passou a ser um de seus principais adversários. Mesmo assim com muitos sacrifícios e centenas de horas nas salas de musculação e fisioterapias manteve sua magia seja pelo Flamengo ou pela seleção brasileira. Sua despedida como jogador do Flamengo não poderia ser melhor para um Rei gerador de alegrias aos súditos. A última partida profissional no Flamengo foi uma goleada de 5 a 0 sobre o Fluminense, na cidade de Juiz de Fora em que o Rei Arthur, o Galinho não poupou dribles, lançamentos e um inesquecível gol na sua principal especialidade que era arremesso de falta com maestria. Quando parecia que sua carreira já estava terminada, Zico foi convidado a jogar no Japão que não tinha tradição nem cultura de futebol. Ali iniciou uma mudança na estrutura do futebol Japonês que colocaria o Japão no radar do futebol mundial. Do Kashima Antlers como jogador, depois como técnico e dirigente e depois na seleção do Japão como técnico e dirigente chegando a disputar uma copa do mundo como técnico que era algo impensável quando lá chegou. Uma família marcada pela injustiça e autoritarismo da ditadura militar, Zico assumiu a Secretaria Nacional de esportes nos anos de 1990 a 1991. Seu projeto mais conhecido foi a “lei Zico” que iniciou o processo de modernização e mudança da estrutura do futebol brasileiro, reduzindo o poder dos clubes em relação aos jogadores (escravidão esportiva). Um ídolo não se faz sem grandes feitos e uma historia que seja referência a muitas pessoas. Assim nasceu e se consolidou o meu ídolo humano, que através de uma história de simplicidade transformou-se em reinado de toda uma nação. Obrigado Galinho pelos 70 anos de historia.
Pelo menos essa é a minha opinião!