O Dia da Consciência Negra, celebrado no Brasil em 20 de novembro, é uma data de reflexão sobre a luta contra o racismo, a valorização da cultura afro-brasileira e o reconhecimento das contribuições dos negros para a formação do país. A escolha do dia não é por acaso: marca a morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores símbolos de resistência à escravidão e de luta pela liberdade. Líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi é uma figura que transcende seu tempo, inspirando gerações na busca por igualdade e justiça.
Zumbi nasceu em 1655 e desde cedo foi um exemplo de força e determinação. Ainda criança, foi capturado por soldados e entregue a um padre missionário, mas nunca abandonou suas raízes. Aos 15 anos, fugiu e retornou ao Quilombo dos Palmares, uma comunidade formada por escravizados que escaparam das fazendas e engenhos de açúcar. Sob sua liderança, Palmares tornou-se um símbolo de resistência e uma sociedade organizada, baseada na liberdade e na solidariedade.
A bravura de Zumbi e a força de Palmares desafiaram por décadas o poder colonial e a escravidão, mostrando que a liberdade era possível mesmo em um sistema opressor. Sua morte em 1695, traído e capturado após intensas perseguições, não apagou seu legado. Pelo contrário, Zumbi tornou-se um mártir da resistência negra, e sua história continua a inspirar aqueles que lutam contra a discriminação e pelas liberdades individuais.
Celebrar o Dia da Consciência Negra é mais do que lembrar o passado. É um convite a honrar Zumbi e todos os que, como ele, lutaram pela dignidade humana. A data reforça a importância de combater as desigualdades raciais ainda presentes na sociedade e de valorizar a rica herança cultural afro-brasileira, mantendo viva a chama da resistência e da busca por um futuro mais justo e igualitário.
Por Guilherme Pereira Torres