Recordo-me de ter sido uma criança muito feliz. Nasci em uma família grande, em um ambiente simples e acolhedor. Vivíamos momentos de muitas alegrias!
Ao entrar na adolescência, experimentei uma tristeza profunda. Viver perdeu o sentido para mim. Só me agradava ir à escola e ficar por horas dentro do quarto estudando. Afastei-me de todos, inclusive da minha avó paterna, com quem eu tinha um vínculo existencial muito forte.
Aos 16 anos, a minha avó faleceu. Sofri muito pela ausência de elementos que me pudessem amparar e oferecer condições de assimilar aquela perda. A tristeza aumentou, como também as indagações de qual era o verdadeiro sentido da vida. Para que nascer se teremos de morrer? Por que os seres a quem amamos partem, para que nunca mais os possamos ver? Tudo era motivo para que o meu dissabor em relação à vida crescesse e fosse justificado.
Sem respostas, seguia vivendo por obrigação e muito infeliz.
Aos 19 anos, comecei a trabalhar em uma grande empresa com perspectivas de uma promissora carreira profissional, uma conquista obtida através de um concurso altamente competitivo. Mas, e a felicidade? Ah, ela ainda me parecia inalcançável, e a vida começou a se tornar um fardo.
Foi então que relatei o que sentia para uma amiga que estudava Logosofia e que me apresentou essa ciência da evolução consciente.
Quando cheguei à Fundação Logosófica, fui recebida com acolhimento e afeto. Senti um enorme encantamento pelo ambiente. Indaguei-me internamente: “existe mesmo um lugar assim?” Apesar de um pouco desconfiada, experimentei um momento de alento depois de muitos anos de tristeza.
Encontrei em um livro da Logosofia as seguintes palavras:
O retraimento que o espírito se impõe, com o surgimento da adolescência, ocorre porque nessa idade o instinto toma força, surgem as paixões, e o ente físico se vê de repente submerso no mais cru materialismo.
Surgira a luz no fim do túnel para a minha vida, até então sem sabor?
Com o avançar dos estudos, tive contato com diversos conceitos apresentados pela Logosofia. Experimentei esses conceitos em minha vida e, ao comprovar os resultados positivos, comecei a ajustá-la a esses conceitos. Assim, encontrei muitas respostas para minhas inquietudes espirituais, como o verdadeiro sentido da vida. Foi também por meio da Logosofia que compreendi ser o vazio interno, sentido por mim, resultado da falta de conhecimentos transcendentes, pelos quais meu espírito ansiava.
Um dos conceitos logosóficos fundamentais para poder alcançar uma mudança profunda em minha vida foi:
Esse novo conceito foi uma chave para mim, pois compreendi que a felicidade precisa ser cultivada, alcançada por mim mesma, de forma consciente, e que ela encontra-se nas pequenas coisas do dia a dia. A partir daí, comecei a valorizar todas as minhas conquistas.
Enfrentar as lutas e adversidades que a vida apresenta com valentia, serenidade e plena confiança de que hei de vencer, faz com que eu experimente muita felicidade.
Hoje, sinto-me imensamente feliz ao recordar a criança que fui, rodeada de pessoas que muito me amavam e amparavam, da dedicação dos meus pais, do amor imenso e abnegado de minha mãe para com a família. Pode existir um bem maior no mundo do que esse?
Sinto-me mais forte diante dos desafios que a vida apresenta e com muitos estímulos para seguir em frente nessa caminhada da evolução consciente que a Logosofia oferece.
Saber que posso conquistar uma condição moral de escolher atuar com retidão de caráter diante das alternativas de desvios que o mundo apresenta é o que hoje verdadeiramente me traz felicidade.
Eu, que antes via minha vida sem sentido e era pessimista em relação ao futuro, tenho experimentado pequenas porções de bem ao realizar uma grande mudança em meus pensamentos, seguindo os ensinamentos da Logosofia.
Aos poucos, venho desfrutando de uma vida mais leve e bela!
Um pensamento de Vera Lucia Pinto de Lima