Ontem eu assisti a um documentário sobre Elvis Presley. Evidentemente que contam a vida de Elvis desde quando nasceu, e surpresa, eu soube que ele teve um irmão gêmeo que não resistiu e morreu logo após ter nascido. Mas eu não vou falar da vida do Elvis, não vou falar que fiquei pensando se o irmão sobrevivesse, será que também cantaria como Elvis? Nem pretendo falar que fiquei pensando que, embora o Elvis não tivesse conhecido o irmão, saber que teve um irmão gêmeo deve ter impactado sua vida. O que vou falar mesmo é de lua e lua cheia.
Por que falei do Elvis se vou falar é de lua cheia? Apenas por causa de um detalhe ainda de Elvis: sua mãe, encantada com a possibilidade de o filho se tornar cantor e fazer sucesso, dizia a Elvis que se ele cantasse em noite de lua cheia, seu irmão poderia escutá-lo. Não sei, pode ser.
Sou absurdamente apaixonada por lua cheia. Não é a primeira vez que perambulo pela casa no escuro da noite e de repente, passando pela sala sou atraída para a janela! Uma claridade estonteante vem do céu, mostrando uma lua tão grande como nunca vi, tão redonda, tão magnífica! Saio correndo em busca do celular e tiro umas dez fotos. Linda, linda! Linda! A lua cheia me atrai, me fascina!
Bem, sempre ouvi dizer que a lua tem influência sobre o comportamento humano. Com certeza sei que tem sobre os oceanos, sei que a lua é a responsável pelo movimento das marés. Mas para fazer crescer os cabelos, adiantar partos? Fazer surtar as pessoas? Olha, não é à toa que o termo “lunático” remete à loucura, ao desvario. Segundo o poeta Raimundo Corrêa, a lua é o astro dos loucos. E tem mais, não é de hoje que meu marido me conta que lá no Sul onde ele morou quando jovem, havia uma moça que era problemática, todos sabiam. Entretanto, ela agia normalmente, saía para fazer compras, cumprimentava as pessoas e tal. Só que em noite de lua cheia, ela saía desembestada pela praia, chorando e gritando, surtando mesmo. E a lua imensa lá em cima para atestar que tem seus poderes sim.
A ciência não consegue explicar muita coisa e o que nos resta é a cultura e sabedoria popular. O que sei é que sou fascinada pela beleza da lua cheia, sou atraída por ela, nem pisco até que desapareça. A lua não é só dos loucos, é dos poetas também que sonham com as ideias fabulosas de Deus como a de colocar duas bolas pendentes no espaço girando e girando sem fim! Nunca me acostumo com as maravilhas deste universo, das cores das flores, das borboletas, e a lua imensa, logo ali? Fala a verdade!
Eu escrevi um conto para crianças em que a personagem ouviu de algumas tias que, se alguém tem um desejo, mas um desejo muito grande mesmo, e se for noite de lua cheia, ela deve fechar os olhos e fazer o pedido à lua que ela atenderá. Certamente devo ter lido isso em algum lugar, não sei, não me lembro. Penso que eu não teria essa ideia assim de graça, ou talvez isso tenha vindo do meu encantamento, do meu enlouquecimento, embasbacada diante de tanta beleza. A lua me enfeitiça, é pura mágica.
“Nada em meu corpo aprisionado se move,
apenas meu coração disparado se comove.
Minha alma se desprende e transcende o que sente e entende.
Eu me ausento de mim.
E num frenesi insano e sem fim, ganho asas rumo à lua.
Não sou mais eu, apenas uma escrava sua.” (Misa Ferreira)