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A preciosa experiência de cada dia

Publicado por Misa Ferreira em 06/12/2012
O garoto estava empolgado com a tarefa da escola. Era aquela famosa experiência com o feijão. Colocar o grãozinho na água, acho que depois no algodão molhado, esperar germinar, brotar, enfim observar o desenvolvimento da leguminosa. Como era ele próprio cheio de iniciativas, dispensou os pais e tratou de cumprir a tarefa. Com a minuciosidade de um artesão e a perícia de quem bem cedo já entende de internet, buscou tudo que se relacionasse com a experiência. Achou filmes, artigos riquíssimos com ilustrações e tudo o mais. Imprimiu, recortou gravuras, colou no caderno. Sabia passo a passo todo o processo. Tanto se inteirou do assunto que também poderia falar com precisão sobre a experiência do feijão e até emitir uma opinião pessoal, o que ensaiou em seu quarto, na frente do espelho. Entretanto, no dia marcado para levar a tarefa, descobriu com terror que havia se esquecido do mais importante: não fizera a experiência com o feijão. Tudo o que sabia ficara na teoria, na informação e até na opinião ensaiada, mas não vivera a experiência.

Em uma palestra em Campinas, o professor e escritor Jorge Larrosa Bondia falou sobre “A experiência e o saber da experiência”. O professor comentou sobre a maneira como nós nos colocamos diante de nós mesmos, diante dos outros e do mundo quando algo nos acontece. E experiência, segundo ele, seria isso mesmo, é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. No exemplo acima, o menino não agiu diferente da maioria das pessoas nos nossos tempos modernos: buscou a informação. Isso é fácil, pois nunca tivemos tanto acesso à tanta informação e opinião. A informação, essa que chega até nós escandalosamente veloz, vai se acumulando, dando-nos uma falsa impressão de que sabemos tudo, e uma vez sabedores e informados de tudo, julgamos em nossa arrogância que estamos aptos para falar sobre qualquer coisa. O sujeito moderno nem percebe que isso faz parte de uma inconsciente cobrança coletiva. Funciona assim, ele tem que saber e tem que emitir uma opinião que acredita sinceramente ser sua. Se ele não opina, se não tem uma posição sobre determinado assunto, ele se sente inseguro diante do grupo, não sabe que age apenas como um sujeito manipulado pelo aparelho da informação e da opinião.

De acordo com o autor, a obsessão pela opinião também tira nossas possibilidades de experiência. Como estamos na era do imediatismo moderno, uma informação é logo substituída por outra mais nova, gerando uma nova opinião. É uma roda viva de atividade intensa e permanente que empurra o silêncio para longe e o silêncio sim é que é tão necessário como gesto de interrupção – parar, olhar, escutar, sentir, suspender o juízo e o automatismo, aprender a ir mais devagar. A experiência do feijão ilustra bem a paciência que temos que cultivar para observar as coisas acontecerem. Aparentemente trata-se de uma atitude passiva em que nada acontece, mas não é bem assim porque é na observação silenciosa que acabamos por nos colocar disponíveis e vigilantes, numa inevitável e benfazeja abertura para uma transformação singular de cada um de nós, pois cada pessoa não faz a mesma experiência de outra.

Para fazer uma experiência (na verdade não fazemos, mas sofremos ou vivemos as experiências), talvez precisemos de coragem para nos desembrulhar de camadas de informações e opiniões de outros que nos seduzem e contaminam. Há riscos, pois teremos que nos expor mais, sofrer mais, atravessando lugares desconhecidos, porém fascinantes. A própria palavra experiência em alemão éErfahrung, de que podemos tirar ofahrende viajar. Experiência assim sugere travessia e perigo. Portanto, viver autenticamente as experiências de cada dia é chegar á percepção genuína de sentir mais o mundo, de ouvir mais, de ver mais, de existir de fato, só assim reaprenderemos quem somos e o que realmente pensamos.

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