Afirmar que o nosso povo é generoso e que, ainda assim, falta comida na mesa do pobre, parece incoerência, mas é verdade. O fato é que quando uma equipe de ‘pessoas conhecidas na cidade’ sai às ruas pedindo mantimentos, muito se arrecada, porém, se ninguém for buscar de casa em casa, pouca gente dá.
Infelizmente, cada vez mais essa realidade se propaga nas famílias cristãs de Itajubá. Caso houvesse mais voluntários para novas equipes de arrecadação, o problema estaria praticamente resolvido, mas, atualmente, a proporção entre famílias precisando de alimentos e pessoas comprometidas em angariá-los, é bastante injusta.
Será que existe alguém que ainda não ouviu falar da pobreza que há nos bairros periféricos da cidade? Eu até concordo que ir olhar de perto constrange muita gente, mas sabendo que algumas comunidades ajudam, porque voluntariamente não entregam suas contribuições?
É inútil procurar justificativas, pois dezenas poderiam ser apresentadas, mas acredito que nenhuma iria convencer o nosso irmão pobre que vê a ganância tomar conta da sociedade. Cada vez mais o rico se fecha em sua casa e se esquece que um dia será julgado por isso.
Nós, vicentinos, cadastramos as famílias carentes após fazermos uma visita para averiguar as reais necessidades de alimentação, e acompanhamos a situação de cada uma mês a mês. Quando há prioridade em outro tipo de ajuda que foge das nossas possibilidades – recursos financeiros, por exemplo -, procuramos socorrer os assistidos através de campanhas de arrecadação.
E para uma proteção especial em minha vida, além de um melhor discernimento no trabalho aos pobres, quando eu saio da cama, toda manhã, rezo assim:
“Levante-se Deus e a bem-aventurada Virgem Maria, São Miguel Arcanjo e todas as milícias celestes, e sejam dispersos os seus inimigos e fujam de Sua face todos os que os odeiam. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém!”
Já que os governantes do país não conseguem resolver os graves problemas sociais que temos, nós, vicentinos, vamos à luta.
Faça também você a sua parte no ano novo, caro leitor, pois a fome não pode esperar!