Em um sábado de céu totalmente azul, com um clima olímpico de arrepiar, me aproximei do ginásio Arena 1 e logo percebi um canto característico de torcida em que parecia ter muitos torcedores. Ao me aproximar percebi que eram poucos argentinos que faziam a diferença pelo entusiasmo e energia. O Canto começou a chamar atenção dos brasileiros que também iam chegando e tentando ganhar no grito, insultando os históricos adversários.
A organização já considerando um jogo de alto risco, aumentou o efetivo da segurança e promoveu no cerimonial pré jogo um discurso dos dois capitães de cada time através do serviço de som, pedindo aos torcedores paz, calma e respeito ao sentimento olímpico.
O final do tempo normal foi dramático quando o jogo terminou com o empate em 85 x 85, levando a partida para a prorrogação. Na primeira prorrogação, ao faltar apenas 3 segundos para terminar, a Argentina estava 3 pontos atrás necessitando nestes 3 segundos, fazer uma cesta de três que poderia facilmente ser neutralizado por qualquer jogador brasileiro que provocasse uma falta e com os dois arremessos livres e a posse de bola ao Brasil, impossibilitaria a Argentina de fazer os três pontos possíveis.
A torcida brasileira estarrecida não acreditou que este artificio não tenha sido feito e que o arremesso inapelavelmente entrara para empatar o placar em 95 x 95 de maneira inacreditável.
O empate calou os brasileiros e reascendeu os argentinos, prorrogando por mais 5 minutos eletrizantes de um basquete que ficaria para sempre na história do basquete desses adversários históricos.
A segunda prorrogação conseguiu ainda maior dramaticidade, mas a Argentina foi mais assertiva no ataque terminando a partida vencendo com o placar de 111 x 107.
Eu estava lá, testemunhando este momento histórico e levando comigo a certeza: Não, eu não tive azar ao estar presente em uma derrota épica. Tive a sorte ao vivenciar o clima e ser testemunha ocular de um jogo olímpico que ficará para sempre na história do basquetebol mundial.
Pelo menos essa é a minha opinião!