Iniciei o estudo de Logosofia em 1997. Tenho um filho de 32 anos, que foi minha motivação para iniciar este estudo. Por quê? Porque, na época, ele estava com cinco para seis anos e eu tinha muitas dúvidas de como o educar para que não vivesse a escravidão da timidez na infância, como eu vivi.
Fui daquelas crianças que ruborizava quando a professora chamava meu nome na escola. Na hora da chamada, que era feita em ordem alfabética, meu coração já começava a acelerar desde a letra A e disparava direto quando ela chegava à letra M. E olha que eu tinha apenas de me levantar e responder “presente”, já sabia a resposta e daí não corria o risco de errar.
Sempre soube que meus pais esmeraram-se em me dar o melhor que podiam, muito mais do que eles mesmos tiveram, e sou muito grata à vida por isso. Eles esforçaram-se muito para me passar valores morais e matricular-me em boas escolas, dentro das suas possibilidades. Recebi muito afeto e cuidados. No entanto, percebia faltar algo, porque eu sentia certo, digamos, medo da vida, que me impedia de me sentir plenamente feliz.
Não sabia explicar claramente o que era, nem entender o motivo de sua existência; apenas percebia o medo dominando quando enfrentava situações da vida para as quais não me sentia segura em resolver adequadamente. Esse medo atrapalhou-me por bastante tempo. Conforme fui crescendo, certas inquietudes foram aflorando em mim, mas eu não conseguia esclarecê-las — nem com meus pais, nem por meio de outras opções que tentei, como livros, psicanálise ou correntes religiosas e filosóficas.
Foi em 1997, durante uma reunião de família, quando uma prima contou-me como usou elementos que reuniu com o estudo da Pedagogia Logosófica para ajudar seu filho mais velho a lidar com os ciúmes do irmão mais novo, que nasceu antes do previsto, nas vésperas do aniversário dele. O filho mais velho tinha uma festa programada, que acabou sendo cancelada, deixando-o revoltado. Aquilo despertou minha atenção. Pensei comigo mesma: “então a Logosofia oferece elementos para educar os filhos e ajudá-los com suas emoções negativas”.
Eu tinha uma alta estima por minha prima devido a sua conduta inteligente, serena e afetuosa. Resolvi informar-me melhor e aprender mais sobre essa ciência.
Estudando Logosofia, adquiri muito mais do que apenas elementos para educar meu filho, que se formou em Comunicação — é extrovertido, está casado e hoje me enche de orgulho. Com o estudo da Logosofia, tenho encontrado elementos para me reeducar, superar-me e ampliar minhas possibilidades internas, independentemente das circunstâncias do dia a dia que afetam a maioria de nós.
O benefício mais marcante que alcancei com a Logosofia foi o desenvolvimento da confiança na vida. Onde antes havia medo, agora há segurança e confiança. Mais do que simplesmente confiar na minha própria capacidade, é uma confiança no processo de desenvolver novas capacidades. Confiança de que tudo na vida tem um propósito e um significado, mesmo que no momento eu não tenha a capacidade de entender.
A Logosofia ensina sobre as Leis Universais que regem tudo, leis que passei a estudar e que agora guiam minha vida com base em seus princípios. Ensina sobre a lei de causa e efeito, lei do tempo, lei do afeto, lei de analogia, lei de movimento, lei da evolução, e muitas outras. Não é que eu tenha deixado de ter problemas ou adversidades, mas agora me sinto mais preparada para os enfrentar, encontrando soluções, ou até mesmo os aceitando com valentia, se não puder resolvê-los de imediato, e seguir esforçando-me para estar mais capacitada na próxima oportunidade.
Consegui abandonar as queixas e assumir maior atividade e, consequentemente, responsabilidade por aquilo que me afeta, porque aprendi com a Logosofia que a queixa é sinal de debilidade e que eu sou a responsável pelo meu futuro. Com a Logosofia, aprendi a exercer a paciência inteligente, que sabe esperar enquanto age para colher o fruto do próprio esforço no momento certo.
A Logosofia faz-me revelar o melhor de mim e procurar enxergar o melhor do outro, porque me ensina a olhar para dentro de mim, para que, conhecendo a mim mesma, eu compreenda melhor o que se passa no outro. O conhecimento logosófico tem uma força edificante, construtiva, reformadora e dá uma rota segura a seguir, promovendo um sadio despertar da consciência. Depois que compreendi que os pensamentos são entidades autônomas, que têm vontade própria, que não necessariamente é a que abrigo no coração, aprendi a identificar e selecionar meus pensamentos, a ir eliminando os inúteis e nocivos, e ir alimentando os construtivos.
Com o conhecimento logosófico, aprendi que “a vida é um espelho onde se reflete o que o ser pensa e faz, ou o que os pensamentos próprios ou alheios levam-no a fazer”. Vivia antes uma dualidade: muitas vezes prometia a mim mesma que não agiria de determinada maneira e instantes depois me flagrava agindo justamente daquele modo. Mas como assim, afinal eu não tinha decidido fazer diferente? Eram aqueles pensamentos que eu não criara, mas que invadiam minha mente distraída, que causavam isso. Com a Logosofia, aprendi a como me livrar deles, como os enfraquecer e a diminuir sua influência sobre mim.
Com o que tenho aprendido com a Logosofia, cada situação pela qual passo na vida ganha outra dimensão, mais ampla e elevada. Passei inclusive a aproveitar de forma mais intensa as situações favoráveis, extraindo delas muito mais conteúdo do que antes de iniciar o processo de evolução consciente preconizado pela Logosofia.
A Logosofia ensina como desenvolver nossas faculdades da inteligência, como a de pensar, entender, observar, e também nossas faculdades sensíveis. Gera igualmente estímulos para a realização de um bem maior que possa impactar não apenas minha própria vida, mas também a de outras pessoas, formando uma grande corrente de bem que se estende para além de mim.
Um pensamento de Regina Cabral