• É um termo bastante vago. “Sustentabilidade é um conceito estático e não significa nada se não definirmos o que se quer sustentar ao longo do tempo” (John Ehrenfeld).
• Muitas vezes o termo é mal utilizado e/ou utilizado sem critérios na definição de um produto ou ação. Aqui é onde se encaixa o termo “greenwashing”, que significa “pintar” algo de verde/ecológico, mas que no fundo não tem nada de ecológico. Essa falta de critérios faz com que surjam sentimentos negativos e falta de credibilidade perante o uso do termo sustentável.
Gosto muito da definição de desenvolvimento sustentável compartilhado no relatório Brundtland: “Desenvolvimento Sustentável é aquele capaz de atender às necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender suas próprias necessidades”.
Apesar das dificuldades e problemas relacionados ao termo sustentabilidade e seu uso, existem muitos ganhos e benefícios:
• Proporcionou um grande avanço na consciência humana, com a percepção que fazemos parte de um sistema maior e da necessidade de preservar esse sistema para continuarmos vivendo como gostaríamos.
• Existe o reconhecimento da insustentabilidade do que foi criado até hoje como sistema produtivo.
• Traz a visão de futuro, pensando além das necessidade imediatas.
O relatório Meadows, de 1972, chegou à conclusão de que a Terra não vai aguentar o crescimento populacional baseado no padrão de consumo atual. Segundo o relatório, para a preservação dos recursos finitos é necessário repensar o crescimento populacional e industrial.
Para se ter uma ideia de como sustentabilidade fala sobre cuidarmos das nossas ações atuais pensando no impacto das mesmas no futuro, podemos verificar os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, lançados em 2015 e que devem estar na agenda de todos os países para serem implementados até 2030. Observe como eles não estão apenas relacionados ao meio ambiente, mas sim a tudo que impacta as pessoas e sua relação com a natureza e vida em sociedade:
1. Erradicação da pobreza
2. Fome zero e agricultura sustentável
3. Saúde e Bem-estar
4. Educação de Qualidade
5. Igualdade de Gênero
6. Água potável e saneamento
7. Energia Acessível e Limpa
8. Trabalho descente e crescimento econômico
9. Indústria, Inovação e Infraestrutura
10. Redução das desigualdades
11. Cidades e comunidades sustentáveis
12. Consumo e produção responsáveis
13. Ação contra a mudança global do clima
14. Vida na água
15. Vida terrestre
16. Paz, justiça e instituições eficazes
17. Parcerias e meios de implementação
Bastante abrangente, não? Portanto, verifique no seu dia a dia o que impacta seu futuro, de seus familiares e da sociedade ao seu redor: os resíduos que você gera (muitas vezes sem necessidade) e a forma como você os descarta; a forma como você colabora com o desenvolvimento econômico da sua região; as emissões que você emite ao dirigir um carro, usar produtos que agridem o meio ambiente; seu consumo de água; as diversas formas que talvez você pudesse gerar energia; a educação (ou a falta dela) que você tem perante as pessoas (isso vale para aquele dia estressante em que você está no trânsito); ao excesso de embalagens nos produtos que você consome – busque o uso de embalagens reutilizáveis e sempre que possível sem embalagem; a conscientização quanto ao uso de álcool e drogas, etc.
Viu só como da pra fazer muita coisa em prol da sustentabilidade? Todos nós podemos e devemos agir! Coopere, colabore, compartilhe! Um futuro melhor é possível para todos que fazem acontecer!
Falando de um futuro melhor, fiquem ligados! Num próximo texto falaremos sobre economia circular e os impactos positivos que ela traz!
Cilene Monteiro
Grupo Recomposta