Nas missas, um sacerdote ficava incomodado ao ver uma senhora de joelhos, rezando o tempo todo durante a homilia. Era só ele começar a explicar o Evangelho e ela se ajoelhava. Um dia, após a celebração, o padre se aproximou da mulher e disse: ‘Minha senhora, quero lhe pedir um favor. Quando eu estiver fazendo o sermão, procure prestar atenção nas minhas palavras e, para isso, não é necessário ficar de joelhos no primeiro banco da igreja! Naquele momento, guarde o terço e permaneça sentada como os demais. Pode ser?’.
Daquela data em diante, ela seguiu exatamente a orientação que recebeu, mas, ele, embora aliviado com a nova postura da fiel devota, não conseguia repetir suas belas homilias de tempos atrás. Certa manhã, voltou a falar com a mesma senhora: ‘Desculpe-me por incomodar-lhe novamente, mas eu gostaria de saber se as pessoas comentam que estou tendo dificuldades em encaixar as palavras nas reflexões que faço nas missas’. Ela respondeu: ‘Sim, eu tenho escutado falarem isso, mas, se o senhor quiser, volto a me ajoelhar e pedir a Deus que o abençoe no sermão, como fazia antes!’.
Bem, só conheço a história até aí, mas, se eu fosse o sacerdote, concordaria que ela continuasse rezando cada vez mais por mim. Agora, que deve incomodar a cabeça de um padre alguém sistematicamente deixar de prestar atenção na Palavra de Deus, isso deve! Mas, cada caso é um caso, como este outro:
O Pe. Roque Schineider contou na TV o episódio de uma menina de cinco anos que foi raptada na França e ficou desaparecida por mais cinco anos! Após esse longo período, ela conseguiu fugir do local onde vivia e foi encontrada por um caminhoneiro, que a levou a uma delegacia próxima. Como não sabia dizer o nome completo do pai, nem da mãe, nem onde morava antes, lembrou-se da oração que sua mãezinha lhe ensinou: ‘Oh, meu querido anjo da guarda, sei que você protege as crianças; me proteja. Proteja também o papai, a mamãe e a vovó. Um beijo meu’. Divulgada esta oração nos meios de comunicação, os pais foram localizados.
E agora, o que dizer? A oração devolveu-lhe à família, não foi? Na verdade, como sempre ocorre, rezar só faz bem e nunca devemos desprezar uma prece feita com o coração. O que acontece, às vezes, é um certo exagero por parte de algumas pessoas que insistem em orar em momentos inoportunos; por exemplo, quando estamos numa reunião importante e alguém fecha os olhos e segue recitando o rosário! Naquele momento, todos já invocaram a presença do Espírito Santo para o encontro e seria mais produtivo que participassem das decisões, não?
Se você discorda, eu pergunto: ‘Já viu um sacerdote rezando o tempo todo durante uma reunião? No mínimo, não seria estranho ele se omitir dos assuntos em pauta e continuar suas preces? Se necessário, concorda que todos deveriam fazer uma pausa nas discussões e rezarem juntos?’
Pois bem, há muitas maneiras de rezar, principalmente quando estamos servindo a Deus com humildade e espírito cristão: socorrendo os pobres, evangelizando, organizando eventos religiosos e estudando para o crescimento espiritual.
No sentido de aceitar os convites de Deus e trabalhar para a construção do Reino, rezar nunca é demais. Faça bem feito a sua parte e não se arrependerá.