O dinheiro fala mais alto em muitas circunstâncias e, infelizmente, sabemos que chega a ser mais importante do que a vida de muita gente, como nesta história:
Certa vez, um garoto entrou na sala de emergência de um hospital depois de ter sido atropelado. O motorista que o socorreu, ao ser interpelado para efetuar o depósito necessário ao atendimento, informou que não possuía, naquele momento, dinheiro ou cheque que pudesse oferecer em garantia, mas, se o hospital aceitasse, poderia pagar no mês seguinte.
O atendente, resolveu consultar um dos diretores do hospital, que também era o médico de plantão naquele momento. Após muita conversa, o médico não liberou o atendimento, fato que levou a criança a falecer. O diretor, novamente chamado para assinar o atestado de óbito do garoto, ao chegar para o exame cadavérico, descobriu que o menino atropelado era seu filho!
Pois é, se arrependimento matasse! Mas, mesmo sabendo que tais fatos continuam acontecendo, educamos nossos filhos para enfrentarem com sabedoria o poder financeiro que toma conta do mundo? Ensinamos que eles serão muito mais felizes se não ostentarem tanto luxo na vida? Combatemos no dia-a-dia do lar as falsidades ideológicas que a televisão procura incutir nas suas mentes? Além da riqueza em benefício próprio, há um outro mal que impede muitas pessoas de serem caridosas: a falta de tempo! Leia mais este caso:
Antônio, um pai de família, quando voltava do trabalho, deparou-se com um senhor que dirigia apressadamente. Vinha cortando todo mundo e, quando se aproximou do carro de Antônio, deu-lhe uma tremenda fechada e o jogou para a outra pista. Naquela hora, a vontade de Antônio foi de xingá-lo e impedir sua passagem, mas logo pensou: ‘Coitado! Para estar tão nervoso e apressado assim, deve estar precisando chegar logo ao seu destino’. Assim, foi diminuindo a marcha e o deixou passar.
Chegando em casa, Antônio recebeu a notícia de que seu filho de três anos havia sofrido um grave acidente e fora levado ao hospital pela esposa. Imediatamente seguiu para lá e, quando chegou, sua mulher veio ao seu encontro e o tranquilizou, dizendo: ‘Graças a Deus está tudo bem, pois o médico chegou a tempo para socorrer nosso filho. Ele já está fora de perigo’.
Bem, acredito que já deu para concluir que o cirurgião era aquele senhor apressado que Antônio havia dado passagem! E se os dois estivessem com pressa, o que teria acontecido? E se o médico não atendesse o chamado com tanto amor à vida humana, qual seria o destino do menino inocente? Neste caso, uma pessoa apressada evitou uma morte, mas há quem diga que não visita um pobre por ‘falta de tempo’. Corre tanto que só se ocupa com ‘coisas urgentes’!
Ainda bem que Jesus deixou bem claro que os dois primeiros Mandamentos são os mais importantes: ‘Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo’. Portanto, não há como colocar nada na frente disso e ainda usar alguma desculpa para disfarçar a preguiça ou se acomodar no serviço a Deus.
E como sempre continuamos aprendendo a viver nos caminhos santos, este diálogo que um discípulo teve com o seu mestre pode ajudar:
– Mestre, como faço para não me aborrecer? Há pessoas que falam demais, outras são ignorantes e, algumas, são indiferentes! Sinto ódio das que são mentirosas e sofro com as que caluniam!
– Pois viva como as flores!
– Mas, como é viver como as flores?
– Repare nestas rosas – continuou o mestre, apontando as que cresciam no jardim. – Elas nascem no esterco, entretanto são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo o que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
– Eu nunca havia pensado nisso!
– Pois bem, é justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem. Os defeitos são deles e não seus! E se não lhes pertence, não há razão para aborrecimentos. Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora. Isso é viver como as flores!
Que bonita lição, hein! Mas nenhuma virtude prospera num coração invejoso, concorda? Contam que quando o Sol e a Lua se encontraram pela primeira vez, se apaixonaram perdidamente e, a partir daí, começaram a viver um grande amor. Acontece que o mundo ainda não existia e no dia em que Deus resolveu criá-lo, deu-lhes então o toque final: o brilho! Isso fez com que cada um quisesse brilhar mais do que o outro e começaram a brigar feio. Sabiamente, então, ficou decidido que o Sol iluminaria o dia e a Lua iluminaria a noite. Assim, até hoje vivem separados.
Refletindo em todos estes casos que contei, chego à conclusão que a vida é simples, se permitirmos que o amor more definitivamente em nossos corações. O amor sincero vence os sete pecados capitais: a gula, a luxúria, a avareza, a ira, a inveja, a preguiça e o orgulho. E lembre-se: ‘Por pior que seja o buraco em que você se encontre, reaja logo e pense que, por enquanto, ainda não há terra em cima’.