A aluna Ana Kauane Ribeiro Cruz, graduanda do 3º período de Engenharia Elétrica no campus sede da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), esteve recentemente visitando um dos maiores e mais respeitados centros de pesquisas científicas do mundo, aOrganisation Européenne pour la Recherche Nucléaire(Organização Europeia para Pesquisas Nucleares), cuja sigla ainda utilizada hoje, Cern, se refere ao nome anterior da entidade,Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire.
Os principais objetivos para a realização dessa viagem foram aproximar a Unifei dos centros de pesquisa de ponta; fortalecer os laços entre alunos e profissionais mundialmente reconhecidos, construindo a possibilidade de estágios futuros, e promover o conhecimento tanto na área da Engenharia quanto na da Física.
O Cern
Fundado em 1954, o laboratório do Cern fica próximo à fronteira franco-suíça, em Meyrin, na região de Genebra. Foi uma das primeirasjoint venturesda Europa e agora tem 22 estados membros. Seu foco é, fundamentalmente, a Física e, entre as atividades desenvolvidas, o Cern procura descobrir, por exemplo, do que é composto o Universo e como ele funciona.
Os instrumentos utilizados no Cern são aceleradores de partículas e detectores específicos: Os primeiros – dentre os quais o acelerador LHC, com 27 quilômetros de extensão, é o principal – aceleram os feixes de partículas para colisão. Já os detectores, observam e registram os resultados dessas colisões.
Detalhes da visita
Ana Kauane chegou ao aeroporto de Meyrin, na Suíça, no dia 12 de dezembro de 2017, e foi conduzida pela equipe de físicos brasileiros estudantes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) ao Cern. Ela fez uma rápida visita pelo complexo, para conhecer as instalações, especificamente oTiming Lab, laboratório de eletrônica, onde lhe foi apresentado um pouco sobre o tratamento de dados recebidos nos detectores, o funcionamentoback-endefront-ende odesignde placas eletrônicas.
No mesmo dia, Ana Kauane pôde conhecer o trabalho realizado pela equipe dos físicos da Uerj que atuam no Cern, especialmente a análise de colisões dentro dos aceleradores.
No dia seguinte, a aluna visitou a exposição do Globo de Madeira, monumento construído em frente à entrada do Cern, onde ocorrem exibições sobre a origem do Universo e sobre a história da Organização. Ana também esteve naMicrocosmos Exposition, conheceu resumos e réplicas de todos os detectores localizados pelo LHC e suas respectivas estruturas e recebeu a explicação sobre o funcionamento dos detectores. Ela passou ainda pela seção destinada aoComputing Centre, para gerenciamento de dados produzidos no Cern.
Além disso, Ana conheceu as seis áreas ao longo da circunferência do LHC – o qual produz uma imensa quantidade de dados e conduz os experimentos – e que são conhecidas como detectores, sendo quatro maiores e dois de menor porte, com destaque para o detector CMS. 6.
Reunião com engenheiros
Durante a segunda semana da visita, a aluna da Unifei se reuniu com o engenheiro mecânico Jean-Louis Grenard, responsável pela parte de logística e design de novas máquinas, especialmente as utilizadas no novo complexo, Isolde. O profissional, que checa o funcionamento e a manutenção dos maquinários, expôs sua rotina de trabalho e seus projetos em vigor.
No relatório que Ana fez sobre sua viagem, entregue à Fundação Theodomiro Santiago (FTS), que patrocinou sua ida à Europa, ela comentou sobre odesignde máquinas do Cern, informando que, primeiramente, uma equipe do Departamento de Engenharia Mecânica idealiza o maquinário e sua função.
No documento produzido, Ana também disse que a radiação é sempre um fator relevante considerado pelos engenheiros do LHC. Segundo ela, depois de feitos os rascunhos, utilizam-sesoftwarespara digitalização. “Após esses passos, entra-se em contato com empresas terceirizadas para confecção das peças ou outros departamentos, como o da Eletrônica, localizado na própria organização. Todos os fornecedores e serviços prestados ao Cern podem ser checados no site oficial, bem como os vídeos dos robôs e seu desempenho”, relatou ela.
Durante a visita, a aluna também pôde se reunir com um dos profissionais responsáveis pela logística dentro das instalações do Cern, que segue a mesma estrutura de grandes empresas. Em reunião e visita aos prédios de Engenharia Mecânica, a aluna pôde entender como é feita a aquisição de novos materiais, o gerenciamento de recursos e a comunicação entre setores para informar sobre a necessidade de compras.
Segundo a aluna Ana Kauane, todo o conteúdo aprendido por ela na área de eletrônica e microeletrônica será compartilhado com os colegas de curso na Unifei. “Espera-se construir pontes entre alunos e profissionais da Organização Europeia para Pesquisas Nucleares, objetivando a transmissão de conhecimento e formação de futuros engenheiros qualificados e responsáveis pela construção do futuro da sociedade”, disse Ana no final do relatório apresentado sobre sua viagem.
Fonte: SECOM / Unifei